A falta de leitos de UTIs, médicos e vagas para cirurgias em Ponta Grossa, levou uma multidão às ruas da cidade, ontem, em passeata, para protestar contra o descaso com a saúde pública.
Quem promoveu a manifestação foi o responsável pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública de Ponta Grossa, Fuad Faraj, que reivindica, entre outros requerimentos, criação de pelo menos mais 20 leitos para adultos em UTIs de alta complexidade da cidade. Segundo o promotor, em dois anos, 91 pessoas morreram no pronto-socorro municipal à espera de atendimento de urgência.
"Entre essas pessoas, algumas tinham de ser transferidas para Curitiba, mas não foram. Tiveram que ficar aguardando na fila e acabaram não agüentando", denuncia.
Ele afirma que faltam leitos principalmente nos hospitais de alta complexidade – Bom Jesus e Santa Casa -, o que pode comprometer o atendimento caso haja necessidade de uma cirurgia. "O Estado tem colocado leitos em hospitais de baixa complexidade e, com isso, o problema não é resolvido", referindo-se aos dez leitos implantados pela Secretaria Estadual de Saúde no Hospital Cidade, por hora com atendimento suspenso pela direção do hospital.
Saúde
A Prefeitura de Ponta Grossa disse em nota oficial que está investindo quase R$ 5 milhões em reforma e ampliação do Pronto-Socorro e do Hospital da Criança, que deve receber também leitos de terapia intensiva. Quanto aos postos de saúde, o prefeito Pedro Wosgrau Filho afirmou que está reabrindo postos que não estão em funcionamento e reaparelhando-os.
A Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que em reunião realizada em setembro na 3.ª Regional de Saúde, a Santa Casa, o Hospital Bom Jesus e o Hospital Municipal de Ponta Grossa manifestaram interesse em credenciar novos leitos de UTI. O Estado se dispôs a fornecer os equipamentos e a realizar o credenciamento imediato, aguardando somente o envio dos ofícios das entidades com o pedido.
