A situação é pior na Rua Bom Jesus do Iguape. A maioria das prostitutas e travestis trabalham na via, onde há dois colégios estaduais e um núcleo regional da Secretaria de Estado da Educação. Devido ao grande número de empresas, a rua recebe um fluxo de carros bastante intenso, o que atrai a elevada quantidade de profissionais do sexo.
Na Carlos de Laet, a atividade da prostituição também é intensa durante todo o dia. A via conta com jardim de infância, uma unidade municipal de saúde e ainda abriga a sede do 20º Batalhão da Polícia Militar do Paraná. Diante da situação, moradores afirmam que sofrem com a presença da prostituição no bairro.
Uma dona de casa, que prefere não se identificar, conta que evita andar pelas ruas da região por causa da presença das prostitutas. “Saio só na rua quando preciso. Não dá mais. Quando a gente sai, dá de cara com os travestis com roupas minúsculas e mostrando tudo pra quem passa de carro. Meu filho só sai comigo e quando precisa. Não quero que ele veja essa situação”, explica.
Situação só piora!
Outra dona de casa que mora na região, e que também prefere não revelar a identidade, diz que ela e a filha já foram confundidas com garotas de programa pelos motoristas que passam pelo local. “Sempre acontece. Estamos muitas vezes apenas voltando do trabalho e o pessoal buzina, mexe, pergunta quanto é o programa. Com minha filha de 19 anos, também já aconteceu. O nosso bairro está uma vergonha e nada acontece, pois isso acontece há anos e nada muda. Só piora”, desabafa a moradora.
Em e-mail enviado ao Paraná Online, uma moradora da Rua Bom Jesus de Iguape há mais de 30 anos relata que não pode mais sair na rua, em qualquer horário. “De dia, o movimento de automóveis e caminhões é intenso. Formam-se filas enormes. E além disso, existem muitas prostitutas que ficam na nossa quadra, abordando todos os carros que passam, em frente aos portões, nas esquinas… Não podemos ficar nem na frente de casa, que já nos confundem com as ‘moças‘. E à noite, tudo piora. São prostitutas e travestis quase nus nas esquinas, na frente de casa, embaixo das árvores”, detalha. A moradora afirma que costuma ligar para a polícia, “mas eles vêm de vez em quando e elas somem. Mas é só a viatura ir embora, que volta todo o bando”.
Policiamento reforçado
Por meio da assessoria de imprensa, o comando d,o 20º Batalhão de Polícia Militar, que é responsável pela área, informou que operações estão sendo realizadas nesses locais através de atividades conjuntas entre a PM, o conselho de segurança do bairro e a comunidade. O comando ressalta que só é possível encaminhar alguém em caso de flagrante e que não é possível prender uma pessoa somente pelo fato de estar ali. Segundo a PM, o policiamento foi intensificado na região durante o dia e à noite e já houve uma redução no numero de possíveis clientes devido ao reforço no patrulhamento.
Allan Costa Pinto |
---|
Abordagens incomodam a vizinhança, que cobra patrulhamento mais constante. Nem viaturas intimidam as garotas. |