Técnicos da Secretaria da Saúde do Paraná estão em alerta em razão do aparecimento de ratos silvestres, um fenômeno conhecido como ratada, nos municípios de Campina Grande do Sul, Quatro Barras e Piraquara, todos na região metropolitana de Curitiba. A maior preocupação é pelo fato desses animais transmitirem a hantavirose, uma doença que pode ser fatal. Já foram registrados neste ano no Estado três casos da doença – duas em Bituruna e uma em Cantagalo -, que resultaram em uma morte.

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As ratadas podem durar até dois anos, dependendo da oferta de alimentos. A última registrada no Paraná foi entre os anos de 2005 e 2006, quando foram notificados 68 casos da doença, que provocaram 21 mortes nas regiões de Guarapuava, Pato Branco, Cascavel, Irati e União da Vitória. De acordo com a bióloga e técnica da Divisão de Zoonoses da Secretaria da Saúde, Gisélia Rubio, a atual ocorreu em razão de um fenômeno natural conhecido como “seca da taquara”, quando os bambus soltam sementes, que são alimentos para os ratos.

Segundo ela, a descoberta da ratada nos municípios da região metropolitana de Curitiba ocorreu em razão de denúncias de moradores que começaram a ver muitos ratos durante o dia. Normalmente, eles têm atividades noturnas, mas, com oferta de alimento, saem a qualquer hora. Equipes da secretaria estão capturando alguns deles para verificar se estão infectados com o hantavírus. “Estamos alertando a população”, disse.

A hantavirose pode ser contraída no contato com as fezes, urina ou saliva dos ratos, sobretudo em locais fechados. O vírus espalha-se pelo ar e também entra no corpo humano pela respiração. Mas a doença também pode ser transmitida pela mordida do roedor. Como eles também morrem pela doença, a recomendação é de que não sejam tocados e que a vigilância sanitária seja chamada.

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Os sintomas iniciais da hantavirose são parecidos com os da gripe: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, tosse seca e, sobretudo, forte dificuldade respiratória. “Deve-se buscar o mais rapidamente possível o posto de saúde e mencionar se é agricultor ou esteve nesses municípios”, recomendou a bióloga. Segundo ela, o uso de raticidas não é recomendável, pois são prejudiciais à saúde. O mais recomendado é manter ambientes fechados e os arredores limpos, evitar contato direto com os ratos, armazenar alimentos de forma adequada e vedar frestas.