Os projetos Escola Participativa/Construindo Segurança e Escola da Paz, desenvolvidos pelo Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (Iddeha) ? uma organização não-governamental de Curitiba ?, se tornarão referência nacional. A metodologia e resultados dos dois projetos serão editados em apostilas informativas, a pedido do Departamento Nacional da Criança e do Adolescente e Secretaria Nacional de Segurança Pública, que distribuirão o material para todo o Brasil.

O Escola Participativa também foi um dos vinte selecionados na América Latina, pelas Nações Unidas, para receber o prêmio Governabilidade Local. As informações do projeto serão incluídas no site oficial da ONU para servirem de modelo para a criação de outros projetos. De acordo com o presidente do Iddeha, jornalista Paulo Pedron, o projeto visa transformar a escola em um centro de vivência por meio da recuperação de valores da cidadania, “como manutenção e cuidados com o patrimônio público e discutir soluções para problemas das comunidades, principalmente a violência”.

A iniciativa começou em 2001 com trabalhos em seis municípios e 24 regiões diferentes. Pedron explica que a primeira atividade do projeto visa dar elementos para que pessoas da comunidade possam desenvolver atividades dentro da realidade onde vivem. “Inicialmente são proferidas palestras que passam pela auto-estima até legislação para que as pessoas tenham instrumentos para se desenvolver”, disse. Entre os exemplos interessantes que surgiram a partir do projeto foi a criação de uma escola de futebol, da qual só podem participar as crianças cujos pais também participam de atividades promovidas pela escola. “Também há o exemplo de um senhor que descobriu o seu valor pessoal e hoje ministra aulas de biodança para a comunidade”, disse Pedron.

Escola da Paz

Esse projeto surgiu da necessidade de se combater o crescimento da violência nas escolas. As atividades iniciaram pelos colégios Santos Dumond, na Vila Guaíra, e Pedro Macedo, na Água Verde, onde foram selecionadas pessoas das comunidades, escolar e local, para participarem de grupos que iriam trabalhar com direitos humanos. As atividades acabaram resultando em dezoito projetos, em diversas escolas, que hoje incentivam a organização dos próprios estabelecimentos a partir da visão crítica de alunos e comunidade.

Um dos resultados do Paz na Escola, comenta Paulo Pedron, foi o surgimento do projeto CEM por Cento SEM Drogas, formado por membros da comunidade da região do bairro Santa Quitéria, e que vai levar informações sobre o risco de drogas para jovens a partir de palestras com médicos, policiais ou psicólogos. “Esse projeto deverá virar uma ong e possibilitar que mais pessoas possam aderir”, disse Pedron. Outra iniciativa desenvolvida por uma creche, comenta o presidente do Iddeha, é a utilização de histórias infantis para repassar às crianças valores como direitos humanos, solidariedade e discriminação.

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