Apesar de ser reconhecido como um esporte viril, com muito contato e onde a força física é fundamental, o rugby não é exclusividade dos meninos. Os Caçadores de Notícias acompanharam ontem um treino da equipe feminina do CRC. Formada por garotas de 16 anos em média, é a atual bicampeã brasileira juvenil. No Paraná, elas são bicampeãs estaduais, mesmo jogando na categoria adulta.
Felipe Rosa |
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Camila Izabel: no primeiro dia não gostei, mas minhas amigas insistiram para que eu continuasse. |
A maioria das jogadoras chegou ao time através do projeto social. Um dos destaques é Camila Izabel Gonçalves, de 16 anos, escolhida como melhor atleta do último campeonato nacional, entre homens e mulheres. “Comecei a treinar com 12 anos, quando apresentaram o projeto na minha escola. No primeiro dia não gostei, mas minhas amigas insistiram para que eu continuasse”, conta.
O incentivo das colegas deu ao rugby brasileiro uma de suas atletas mais promissoras. “O último campeonato foi incrível, porque todo o time jogou muito bem e ainda mais porque fui escolhida como melhor jogadora”, diz Camila, que hoje sonha em defender a seleção brasileira e jogar as Olimpíadas.
Entre os garotos, um dos que estão cotados para ir ao Rio de Janeiro em 2016 é Thiago Henrique Evaristo, de 15 anos, apontado como um dos destaques do último campeonato brasileiro na categoria juvenil, que teve o CRC como terceiro colocado. “Eu sei que é difícil, mas estou numa expectativa grande de ir. Os caras da seleção conversaram comigo, pegaram meu nome… É um sonho maravilhoso!”, comemora.
Felipe Rosa |
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Thiago Henrique: os carasda seleção conversaramcomigo. É um sonhomaravilhoso! |
Sonho é ver pupilos nas Olimpíadas
A professora Wanderleia Jentzsch, conhecida como Leca, coordenadora do “Vivendo o Rugby”, está confiante de que verá um de seus pupilos no maior evento esportivo do mundo. “Com certeza vai ter alguém daqui. Aposto em uns três”, afirma. Leca participa do projeto desde 2009 e já viu mais de 2 mil crianças e adolescentes passarem pelo campo da Paraná Esporte, no Tarumã, onde acontecem os treinamentos do projeto e do CRC. “O mais legal é ver aqueles piazinhos que começaram conosco se tornando ótimos atletas. Alguns alunos quando chegam aqui são umas pestes, mas quando chega a metade do ano estão completamente diferentes, porque querem continuar”, ressalta.
Para participar do projeto, as crianças precisam ter boas notas e frequência na escola. Hoje, são cerca de 200 alunos das escolas municipais Julia Amaral Di Lenna (Barreirinha), Papa João XXII (Portão), Professor Erasmo Pilotto (Bairro Alto) e São Miguel (Cidade Industrial).