Projeto registra vida de crianças em abrigos

A maioria das crianças tem suas histórias de vida registradas em livros e álbuns de fotografias desde o momento em que são concebidas. Isto as ajuda a formar uma personalidade própria e planejar melhor o futuro. Por sua vez, meninos e meninas que vivem em abrigos geralmente desconhecem detalhes do próprio passado e mesmo se envergonham do que já viveram.

Com o objetivo de mudar esta realidade, o Instituto Fazendo História, que existe desde 2003, mantém um projeto denominado Fazendo Minha História, que começa a ser implantado nos cinco abrigos para crianças existentes em Foz do Iguaçu, na região oeste do Estado. A iniciativa já é colocada em prática em alguns abrigos em São Paulo.

“Estamos trabalhando na formação de funcionários de abrigos de Foz para que eles possam colocar o projeto em prática. O Fazendo Minha História busca incentivar as crianças a contarem suas histórias de vida e as registrarem em um livro, que irá lhes pertencer e acompanhar após a saída do abrigo”, comenta a diretora do Instituto Fazendo História, Cláudia Vidigal.

Ao resgatar o passado das crianças e adolescentes, o instituto visa promover o orgulho de existir e a capacidade de lidar melhor com determinados assuntos, como amizade, perdas, carinho e confiança. Através do livro criado, elas passam a ser protagonistas da própria história e se apropriar da mesma, entendendo melhor tudo o que já lhes aconteceu. “A montagem do livro lhes devolve dignidade e mostra que elas não devem se envergonhar da própria história de vida. As ajuda a ter orgulho de si mesmas e a enxergar suas potencialidades, mesmo através de fatos tristes”.

A Fundação Nosso Lar, que atualmente atende 57 crianças e adolescentes, é uma das instituições de Foz que vai implantar o projeto. A diretora de projetos da entidade, Ivania Ferronatto, acredita que a iniciativa irá beneficiar a todos. “As crianças vão se conhecer melhor e fortalecer a própria identidade. Além disso, Foz também será beneficiada, sendo que as histórias das crianças que vivem nos abrigos também fazem parte da história da cidade”, diz.

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