Projeto recuperará jovens sob risco social

A Prefeitura de Curitiba lançou ontem, no Bairro Novo, o Projeto Mulheres da Paz, que vai capacitar 200 mulheres que auxiliarão as secretarias municipais de Saúde e Defesa Social na recuperação de jovens sob risco social.

O projeto, que faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, visa capacitar moradoras de nove comunidades do bairro Sítio Cercado para atuarem na recuperação de jovens em situação de risco social.

Ontem, as selecionadas assistiram a aula inaugural, no Colégio Novo Éden. De acordo com a gestora do projeto, Júlia Cordellini, da Secretaria Municipal de Saúde, as participantes, que atuarão na mediação de conflitos e na disseminação da cultura de paz na comunidade, vão passar por um curso de capacitação de 170 horas, que devem se estender por 12 meses.

“A ideia é de que elas possam ir nas comunidades em busca dos jovens em risco social e trazê-los para os programas sociais da prefeitura”, afirma. Segundo Júlia, o objetivo do projeto é atender jovens da faixa etária entre 15 e 24 anos à beira da criminalidade.

Os jovens serão encaminhados para as oficinas do Projeto de Proteção de Jovens em Territórios Vulneráveis (Protejo). “Nesse projeto, que é gerenciado pela Fundação da Ação Social (FAS), os jovens terão aulas de arte, informática e educação curricular, que atende os que também estão fora da escola”, diz. A gestora do Mulheres da Paz estima que 60% de um total de 130 mil habitantes da região sejam adolescentes e jovens.

De acordo com Júlia, as 200 participantes, que foram selecionadas entre 540 candidatas, vão receber bolsa auxílio de R$ 190 durante todo o curso. Os recursos foram viabilizados pelo Ministério da Justiça e pela Prefeitura que, através de um convênio, prestará a contrapartida.

Todas as mulheres selecionadas são moradoras do Sítio Cercado, bairro escolhido com base em indicadores de vulnerabilidade social. O critério de seleção teve como pré-requisito a renda individual das candidatas, que não poderia ultrapassar dois salários mínimos, a disponibilidade de pelo menos 12 horas e a conclusão da quarta série do ensino fundamental.

Para a participante Arlinda Messias dos Santos, que também preside a Associação de Moradores da Vila Osternak, a capacitação é mais uma ferramenta na luta para tirar os jovens das drogas. “Esse é um trabalho que depende de paciência e dedicação. Se não conseguirmos salvar a nossa juventude estaremos perdidos”, afirma.

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