Seis estudantes de administração de Curitiba pretendem viabilizar um projeto de um parque que ofereça opções de esportes de aventura – como arborismo, rapel, escalada e crossbike – com a conveniência de ter tudo isso num único espaço. E mais importante, dentro de Curitiba. ?Normalmente os praticantes desses tipos de esporte precisam viajar para o campo ou para o litoral para poder praticá-los. A idéia é que tendo um espaço a poucos minutos do Centro de Curitiba (na Rua Mateus Leme, próximo ao parque São Lourenço), as pessoas tenham opções de esportes radicais próximo e, consequentemente, mais barato?, explica Carlos Lúcio Costa Pinheiro, integrante do grupo que desenvolve o projeto.
A idéia do parque surgiu dentro de um projeto de conclusão de curso de alguns alunos do quarto ano de Administração da Fundação de Estudos Sociais do Paraná (Fesp). E para testar a viabilidade do Central Park Adventure – nome dado ao projeto – os alunos realizaram uma pesquisa de campo e constataram que cerca de 55% dos curitibanos estariam dispostos a praticar algum tipo de esporte radical. Segundo o grupo, não há um público-alvo específico, porém os interessados pela prática estariam na faixa etária de 14 a 39 anos. ?De qualquer forma, uma iniciativa como essa iria popularizar a prática de esportes radicais entre os moradores da capital, já que atualmente apenas pessoas das classes A e B têm acesso, por causa do valor elevado dos equipamentos e das viagens?, analisa Cristiano Jonas da Cunha, outro integrante do curso.
O grupo descobriu ainda que a atividade está começando a gerar interesse da classe C e representa um mercado a ser explorado. ?O Brasil representa apenas 2,5% de tudo que os Estados Unidos investem no setor?, reforça Alexandre Luiz Hoy para comprovar o quanto o ramo pode crescer no país nos próximos anos. Outro dado apresentado no projeto para a criação do parque é que no Brasil, o turismo tradicional cresce apenas 7% ao ano, enquanto o ecoturismo beira a casa dos 20%.
O projeto dos estudantes foi tão profundo que eles foram convidados pelo Ministério do Turismo a participar de reuniões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que irão definir normas e regras que garantam a segurança e a qualidade dos serviços de esportes radicais. ?Hoje, quem trabalha com isso não se preocupa muito em ter profissionais capacitados para conduzir as atividades físicas. Estamos antecipando uma exigência que certamente existirá no futuro?, diz o estudante Alaor Frantz.