O uso de drogas durante a gravidez pode causar uma série de efeitos sobre o feto. Estes vão desde parto prematuro até baixo peso do bebê e problemas de má formação.
Com o intuito de aprimorar as políticas públicas voltadas às gestantes usuárias de entorpecentes em Curitiba, está em trâmite, na Câmara Municipal, um projeto de Lei que tem como proposta que os estabelecimentos de saúde sejam obrigados a notificar a Secretaria Municipal de Saúde sobre o atendimento prestado a este tipo de paciente.
“A ideia é que a notificação seja obrigatória tanto para os estabelecimentos de saúde públicos quanto para os privados”, diz a vereadora autora do projeto, Noêmia Rocha (PMDB). “Desta forma, poderíamos conhecer a quantidade de gestantes usuárias de drogas, saber onde elas moram, que tipo de drogas utilizam e quais cuidados especiais necessitam. O intuito seria preservar a vida da mulher e do bebê, desde o momento que este é concebido”.
Segundo Noêmia, é crescente o número de gestantes que vêm se consultando nas unidades de saúde de Curitiba. Porém, ainda não existe um sistema capaz de copilar dados relativos a elas e possibilitar a realização de estatísticas. “Os dados estatísticos serviriam para direcionar investimentos futuros em políticas públicas voltadas ao tratamento da drogadição”.
Hoje, de acordo com a diretora do Centro de Informação da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Raquel Cubas, as gestantes usuárias de drogas que chegam às unidades de saúde, além de serem encaixadas no programa municipal Mãe Curitibana (de atenção materna e infantil), são atendidas por equipes da rede de atenção ao usuário de drogas. As mulheres são encaminhadas a um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) que trabalhe com álcool e drogas.
“Muitas vezes, as gestantes usuárias de drogas estão em situação complexa de risco social, necessitando também de apoio da família e assistência social. Os maiores desafios que enfrentamos com estas pacientes são em relação às mudanças de endereço das mesmas e adesão aos tratamentos de saúde. Após o nascimento do bebê, realizamos trabalhos voltados à anticoncepção”, comenta.
Números
Três dependentes químicas gestantes estão sendo atendidas atualmente nas seis unidades próprias de saúde da prefeitura que atendem dependentes. Este ano, esse número já chegou a oito. Essa mães já tiveram os bebês, mas mesmo assim seguem sob acompanhamento da Secretaria da Saúde.
