Apresentado na última segunda-feira pelo Poder Executivo, o projeto de lei que pretende transformar a Companhia Paranaense de Energia (Copel) em uma “companhia de capital disperso e sem acionista controlador”, já foi aprovado pelo Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná nesta terça-feira (22) e tramita, agora, na Comissão de Finanças, onde recebeu um pedido de vista, devendo chegar ao plenário do Legislativo já nesta quarta-feira (23).
Apesar da polêmica da proposta, de diversas manifestações de parlamentares sobre a necessidade de maior debate, da pressão popular (as galerias da Assembleia estavam cheias de manifestantes contra a privatização da companhia) e da votação apertada na CCJ (o projeto passou por 6 votos a 5), a base do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa mantém a estratégia de uma tramitação acelerada na Casa.
Quem votou contra?
O projeto de lei 493/2022, que objetiva transformar a Copel em uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador, foi aprovado na CCJ, por seis votos a cinco. Votaram contrariamente à proposta o deputado Tadeu Veneri (PT), que apresentou um voto em separado contra a proposição, mas, também, deputados da base do governador, como Homero Marchese (Republicanos), Márcio Pacheco (Republicanos) e, até, Evandro Araújo, do PSD de Ratinho Junior. A deputada Cristina Silvestri (PSDB) foi o quinto voto contrário.
Na Comissão de Finanças, a proposta recebeu um pedido de vista formulado pelo deputado Arilson Chiorato (PT). A Comissão de Finanças volta a se reunir nesta quarta-feira, pela manhã, e a Mesa da Assembleia pretende já levar o projeto, que tramita em regime de urgência, ao plenário na sessão da tarde (com sessão extraordinária já convocada).
Evandro Araújo não foi o único deputado do PSD a se posicionar contra a proposta de venda das ações da Copel. O primeiro-secretário da Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli (PSD) criticou a proposição. “Eu sou contra a privatização da Copel. Essa modelagem que foi feita repete a estruturação que foi feita para a Eletrobras, mas são empresas em situações muito diferentes, a Copel é uma empresa lucrativa, altamente superavitária, com o endividamento totalmente sob controle, bem diferente da Eletrobras.