Divide opiniões a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que obriga hospitais públicos e privados de médio e grande portes, que atendam pacientes internados ou doentes crônicos, a manter profissionais de odontologia em suas equipes. O presidente do Conselho Regional de Odontologia do Paraná (CRO-PR), Roberto Cavali, revela que o órgão sempre lutou pela causa e pediu apoio ao relator do projeto, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). Já a Associação dos Hospitais do Paraná (Ahospar) critica a proposta por não indicar de onde virão os recursos para contratar os profissionais.
Serraglio (foto) afirma que o objetivo é diminuir as altas taxas de contaminações hospitalares pelas vias bucais. Segundo o parlamentar, os hospitais não precisarão ter profissionais de odontologia 24 horas. Para virar lei, a proposta precisa passar pelo Senado e pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo Cavali, o CRO-PR defende o projeto porque abre novo mercado de trabalho para o cirurgião dentista e pela saúde das pessoas internadas, “pois melhorando a saúde bucal a condição sistêmica também irá melhorar”. Problemas bucais podem trazer transtornos à saúde geral dos pacientes. “Os microorganismos da cavidade bucal causam graves infecções, principalmente pulmonares”, cita.
Preocupação com os custos
O presidente da Ahospar e diretor da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar), Benno Kreisel, considera a proposta “até interessante”, mas aponta falhas. “Qualquer “cacareco” que você cria tem custos. Para que não seja lei morta, precisaria ter distribuição de recursos”.
Ele teme conflitos entre planos de saúde e odontológicos, já que o serviço do dentista não está incluso no plano de saúde. Embora reconheça a importância do tratamento odontológico para pacientes entubados e em asilos, presídios e sanatórios, acredita que muitos profissionais seriam contratados sem necessidade, já que maternidades e tratamentos médicos em casa também deverão contar com dentistas.
