Proteção de dados

Projeto proíbe transferência de dados dos paranaense se Celepar for vendida

Foto mostra deputada Ana Júlia discursando no plenário da ALEP

Um projeto de lei protocolado na última segunda-feira (5), pela deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT-PR) torna invioláveis os dados dos paranaenses processados pela Celepar, companhia de tecnologia do governo do Paraná que armazena as informações dos cidadãos do estado. A iniciativa visa proteger os dados dos paranaenses de eventuais tentativas de privatização da companhia.

O projeto de lei 505/24 veda a cessão de dados pessoais coletados, armazenados ou processados pelo Estado do Paraná a entidades da iniciativa privada.

Na justificativa, a matéria sustenta que a proteção dos dados pessoais dos cidadãos é um direito fundamental e deve ser preservada pela administração pública como medida essencial para garantir a privacidade e a segurança dos indivíduos.

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“A vedação da cessão de dados à iniciativa privada, sem o devido consentimento, contribui para evitar potenciais abusos e garantir a conformidade com os princípios estabelecidos na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)”, diz o texto.

Além disso, a medida pretende reforçar o compromisso do estado com a transparência, responsabilidade e proteção dos direitos dos cidadãos no tratamento de suas informações pessoais.

De acordo com Ana Júlia, os dados dos paranaenses estão em risco, uma vez que o governo Ratinho Junior tem planos para privatizar a Celepar. Se isso acontecer, afirma a deputada, os dados dos paranaenses poderão ser acessados por empresas privadas para fins comerciais. “Proteger esses dados é essencial para garantir a privacidade dos cidadãos e a soberania do estado”, diz.

A deputada argumenta que, caso a Celepar seja privatizada, a iniciativa privada poderia ter acesso a dados sensíveis dos cidadãos, como impostos, histórico escolar, multas do Detran, boletins de ocorrência e prontuários de atendimento na saúde, e revendê-los para outras empresas para propaganda ou oferta de serviços.

“Ou pior, usá-los com finalidades políticas”, alerta, lembrando que, mesmo sob o controle do estado, houve episódios de uso indevido dos dados, como recentemente no vídeo da Secretaria de Educação que atacava o movimento grevista contra a privatização de escolas.

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De acordo com a deputada, os bancos de dados do estado são parte da gestão governamental e não há como terceirizá-los ou privatizá-los. “Os dados dos cidadãos e do estado são imperativos na segurança, são essenciais à manutenção da soberania estatal, visam garantir a inviolabilidade e são de interesse coletivo”, finaliza Ana Júlia.

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