Projeto prevê cotas para pequenos agricultores

Além de estudantes vindos de escolas públicas e de afro-descendentes, os filhos de pequenos agricultores ou de pessoas assentadas também poderão ter direito às cotas especiais nos vestibulares de instituições federais. A proposta do deputado federal Adão Pretto (PT-RS) prevê 50% de vagas para essas pessoas, mas em cursos específicos ligados ao campo, como Agronomia, Engenharia Florestal e Medicina Veterinária.

Segundo o deputado gaúcho, alunos que dependem da agricultura familiar têm poucas possibilidades de passar em vestibulares convencionais, já que dificilmente freqüentam cursinhos preparatórios, por exemplo. “Quem acaba passando é o filho do fazendeiro, ou mesmo uma pessoa do meio urbano, que vai acabar tirando o diploma e ir trabalhar em outra função”, afirmou.

Pretto contou que seu projeto está tramitando nas comissões da Câmara, mas que ainda não há prazo para sua votação: “É um proposta simpática aos meus colegas. Não vejo motivo para rejeitá-la. A exceção, é claro, é a bancada ruralista”, lembrou.

Fora a aprovação das cotas para agricultores via Câmara, Pretto também está articulando a implantação delas via medida provisória (MP). “Já enviei o projeto ao ministro Tarso Genro (Educação). Ele me chamou para uma conversa, que deve acontecer nos próximos dias”. O deputado ainda pretende incluir seu projeto como emenda na proposta de reforma educacional que Genro quer aprovar.

Boa idéia

Para o vice-presidente e diretor da Área de Políticas Sociais da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Antônio Zarantonello, a idéia é boa e já faz parte das propostas do Grito da Terra. “Infelizmente há necessidade. E se ela existe, é devido à discriminação”, ressaltou.

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