O projeto que ocupou uma área de 257,5 mil metros quadrados com 2.796 moradias no bairro do Ganchinho recebeu, em Brasília o prêmio Selo de Mérito concedido pela Associação Brasileira de Cohabs (ABC) e pelo Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano (FNSHDU).
A premiação visa destacar experiências habitacionais bem sucedidas desenvolvidas no país no âmbito do poder público. O prêmio foi recebido pelo presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), Ubiraci Rodrigues.
Esta é a 16.ª edição da premiação e, este ano, além de Curitiba, foram contemplados mais 11 projetos habitacionais. A experiência da Cohab no Ganchinho foi incluída na categoria “impacto regional e sustentabilidade”, uma das quatro em que estava dividido o Selo de Mérito.
Nos últimos sete anos, a Cohab havia sido premiada em outras três ocasiões: Plano de Regularização Fundiária em Áreas de Proteção Permanente; reassentamento de famílias das margens de rios e urbanização da Vila Parolin.
Ganchinho
“O projeto desenvolvido no Ganchinho consolidou a vocação habitacional do bairro e mostrou que a ocupação de vazios urbanos pode ser feita de forma planejada, com ganhos para a cidade e para as famílias”, disse Rodrigues.
As 2.796 unidades que o programa habitacional implantou no Ganchinho estão localizadas ao lado do Bairro Novo e distribuídas em uma área delimitada, de um lado, pela rua Eduardo Pinto da Rocha – a mais importante do bairro – e, de outro, pelo Contorno Leste.
As moradias foram destinadas a famílias com rendas diferenciadas, de acordo com os critérios do programa Minha Casa, Minha Vida: faixa 1 (rendimentos de até R$ 1.600 mensais) e faixa 2 (renda entre R$ 1.601 e R$ 3.275 mensais). Na faixa 1, os moradores são originárias da fila (cadastro de inscritos na Cohab) e de áreas de risco.
O projeto mescla casas, sobrados e apartamentos, para evitar a monotonia na paisagem. São sete condomínios de apartamentos (os Residenciais Parque Iguaçu I e II, Buriti, Ipê, Araçá, Novo Bairro IV e V) e quatro conjuntos de casas e sobrados (os Residenciais Parque Iguaçu III, Novo Bairro I, II e III).
O investimento na construção das 2,7 mil unidades somou R$ 138 milhões, repassados por meio da Caixa Econômica Federal, que contratou e administrou as obras. A Prefeitura concedeu incentivos fiscais e construtivos para a realização dos projetos e executou a complementação da infraestrutura local, com obras como a pavimentação de ruas.
A Cohab participou do processo fazendo a interlocução entre os proprietários das áreas, as construtoras, a Caixa Econômica Federal e as secretarias municipais para viabilizar o projeto. Também atuou na identificação da demanda nas duas faixas de renda, cadastrou as famílias e providenciou a inserção dos beneficiários de renda mais baixa no CADÚnico do governo federal.
Depois deu apoio à comercialização das unidades e contratação do financiamento pelas famílias. Na fase de obras, foi responsável pelos preparativos para a mudança e efetuou o reassentamento dos moradores de áreas de risco. Agora, está desenvolvendo trabalho social com as famílias da faixa 1, no período chamado de pós-ocupação das unidades (seis meses após a entrega das chaves).