Proibição de álcool em BRs gera polêmica

A Medida Provisória (MP) 415, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais, completou uma semana. Nesse início, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a fiscalização foi intensa. Foram mais de 287 estabelecimentos fiscalizados e 87 notificados.

De acordo com o órgão, cerca de 70% desses comércios já estavam adequados às determinações. Porém, isso não significa que concordem com a medida.

Na BR-277, sentido litoral do Estado, Naor da Silva tem uma lanchonete. Ele é um dos que ainda não cumpriu o que determina a MP. O comerciante diz ter motivos. ?Se eu for vender só salgado e refrigerante posso fechar as portas, pois não conseguirei pagar nem o aluguel. Por que temos que pagar por isso? Quem deveria ser multado é quem bebe, assume o risco e dirige. Para isso sim deveria ter mais fiscalização nas estradas?, desabafa.

Foto: Lucimar do Carmo

Prateleiras vazias: estabelecimentos reclamam de prejuízo.

Ao contrário de Naor, na BR-476, Estrada da Ribeira, os supermercados desde os grandes até os menores já se adequaram às novas medidas. No entanto, eles confirmam que a obrigação tem gerado prejuízo. No mercado Rio Verde, com duas lojas na rodovia, do lado de fora está o aviso de que a venda de bebidas alcoólicas está proibida. Do lado de dentro, na geladeira, no lugar da cerveja, muito refrigerante e a prateleira, onde ficavam os destilados, está completamente vazia.

?O prejuízo é grande para nós que temos um fluxo intenso de clientes. Principalmente no final de semana, eles vêm comprar carne e aproveitam pegar as bebidas para o churrasco, agora eles vão buscar os estabelecimentos que vendem tudo no mesmo lugar. Com isso deixamos de vender outros produtos, além das bebidas?, comenta o gerente Altamir Veber, do Rio Verde. ?No mercado eles deveriam deixar vender para levar para casa?, comenta a cliente Solange de Ramos. Outro cliente, Gilmar de Lara, diz que vai procurar outro lugar para comprar o produto.

O Sams Club, da empresa Wal-Mart Brasil, também se adequou. Além de fixar o informativo sobre a proibição, retiraram as bebidas alcoólicas prontas para consumo da loja, inclusive da praça de alimentação, e, agora, somente vendem no atacado e para pessoas jurídicas. A legislação trata apenas da proibição da venda varejista.

Sindicato autoriza postos

Foto: Fábio Alexandre

Polícia diz que não vai perdoar ninguém.

O Sindicato dos Postos de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR) informou ontem que, por causa da Lei Municipal 9.277/96, os comerciantes dos entroncamentos BRs 116/476 (Atuba) e BRs 116/376 (Pinheirinho) estão autorizados a vender bebidas alcoólicas. Segundo o sindicato esta legislação delega ao município de Curitiba a responsabilidade por estes trechos. Por isso eles não seriam consideradas trechos federais.

O anúncio foi feito por causa da vigência desde 1º de fevereiro do decreto federal que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas margens das rodovias federais. Apesar da orientação do sindicato, o responsável pela comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Hugolino Trevisan, informou que estas rodovias ?continuam patrimônio da União e serão fiscalizadas indistintamente até segunda ordem do Ministério da Justiça?.

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