A arte da grafitagem substitui as pichações.

Painel Poty Lazzarotto na Praça 29 de Março, Casa Andrade Muricy, prédios antigos do centro da cidade, casarões antigos do Largo da Ordem. Esses são alguns dos pontos turísticos de Curitiba alvos de pichadores desde 2002. Aqueles que antes “atuavam” apenas em edifícios, muros e casas, começaram a degradar o patrimônio público. Para evitar que isso continue, diversas ações estão sendo realizadas na cidade. Programas de conscientização e cursos para combater as pichações vêm crescendo cada vez mais.

De acordo com dados apresentados pela Secretaria Municipal de Defesa Civil, desde 2002, 109 pichadores foram presos e encaminhados para as delegacias mais próximas ou para a Delegacia do Adolescente, no caso dos menores infratores. Os números confirmam a redução de prisões de pichadores desde 2002, quando foi iniciada a campanha Curitiba cidade limpa, para acabar com os problemas de degradação dos prédios. Nessa data, 51 infratores foram pegos, sendo 24 menores de idade e 27 maiores. Ano passado, o total de prisões foi de 50, com 31 menores e 19 maiores de idade. Em 2004, até o mês de março, ocorreram 8 apreensões. 4 menores e 4 maiores. A instituição disse que a grande maioria das prisões acontecem no período da noite, quando o movimento policial nos pontos de pichações diminui.

A secretaria ainda informou que os infratores normalmente cumprem as penas alternativas, pintando os locais onde tinham realizado a pichação, e, de acordo com o órgão, o resultado tem dado certo e tem conscientizado todos eles. Nenhum dos 109 infratores voltou a cometer qualquer tipo de degradação do patrimônio público depois de sair das delegacias.

Cursos

Outra iniciativa para reduzir o número de pichações é a realização de cursos da Fundação Cultural de Curitiba nas ruas da cidadania. Através do grafiteiro profissional Paulo César, antigos pichadores das regiões têm acesso ao aprendizado da arte do grafite. “Está dando certo. As pessoas estão interessadas e procuram os cursos, deixando de lado a idéia de pichar as obras públicas de seu bairro”, diz a coordenadora dos núcleos regionais, Veranice Hayashita.

Em cada mês, os cursos são realizados em duas ruas da cidadania com cerca de 30 alunos por classe. Os próximos eventos serão realizados no final de semana, nas regionais do Bairro Novo e do Cajuru. “Depois do contato com a grafitagem, os alunos se entusiasmam e estão realmente se esforçando. É um objetivo que está sendo alcançado e, ao mesmo tempo, a comunidade participa, observando que o número de pichações vai diminuindo gradativamente”, completa Veranice.

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