Os cerca de 50 representantes de professores e servidores de escolas públicas de todo o Paraná que saíram em marcha de Ponta Grossa até Curitiba realizaram ontem, junto com membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um ato em frente ao Memorial Antônio Tavares, na BR-277. O evento lembrou o aniversário de 58 anos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP-Sindicato) e os cinco anos da morte do sem terra Antônio Tavares Pereira, num confronto com a Polícia Militar naquele local. Em sinal de solidariedade e apoio, professores e funcionários em educação trocaram rosas vermelhas com integrantes do MST.
Hoje professores e servidores de escolas públicas realizam manifestação em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. Segundo a APP-Sindicato, caravanas de todo o Estado chegarão a Curitiba para a manifestação. A paralisação de funcionários em educação é nacional e, conforme a APP, integrantes de comitivas de diversos estados serão recebidos em Brasília por representantes do governo.
Os funcionários de escolas estaduais se concentram, às 9h, na Praça Santos Andrade.
A pauta de reivindicações de professores e funcionários têm 23 pontos, mas dois itens têm sido reforçados na última semana. Uma das reivindicações é a aprovação do plano de carreira para funcionários e a outra é reajuste de 48,08% nos salários dos professores. Segundo o presidente da APP-Sindicato, José Lemos, o reajuste equipararia o salário inicial dos professores ao dos outros funcionários estaduais que possuem curso superior e que cumprem 40 horas semanais.
Em nível nacional, a principal reivindicação é a conversão de parte da dívida externa pública, que é de cerca de R$ 545 bilhões, em financiamento da educação pública. Para Lemos, é uma proposta viável que já aconteceu em países como o México, Argentina e algumas nações africanas. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) irá defender hoje esse e outros pontos de uma pauta nacional de reivindicações em Brasília.