A Praça Nossa Senhora de Salete foi uma atração à parte durante o Carnaval, com a permanência de centenas de professores e funcionários das escolas estaduais acampados em meio há inúmeras faixas de protesto e, uma novidade, uma van plotada com o rosto de alguns deputados e a sugestiva definição, “Bloco do Camburão”.
Embora estivesse estacionada na lateral da praça, a direção da Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) esclareceu que o veículo não fazia parte do material confeccionado pelos grevistas.
A diretora da App-Sindicato , Nádia Aparecida Brixner, explicou que os 29 núcleos sindicais do estado passaram o feriado todo se revezando na mobilização. “A retirada dos projetos em tramitação na Assembleia foi apenas uma parte do que estamos reivindicando junto com toda a sociedade que tem nos apoiado, já que a falta de estrutura nas escolas afeta todo mundo”, defendeu.
Segundo Nádia, em média, 120 pessoas estão dormindo a cada dia no acampamento e mais duzentas passaram o dia nos atos organizados ao longo do feriado.
“No domingo, em especial, com a vinda do Bloco Garibaldis e Sacis, quase 500 pessoas se concentraram na praça em apoio aos professores e funcionários”, acrescentou.
Quanto aos rumos da greve, a diretora afirmou que “está nas mãos do governador” que, na próxima quinta-feira (19), às 14h30, aceitou receber o comando de greve na Casa Civil para discutir os itens da pauta que incluem: pagamentos dos salários em atraso, retomada de projetos educacionais e do Porte (estrutura) das Escolas (baseada na condição de dezembro de 2014), nomeação de concursados e solução para a superlotação das turmas.
“O governador acabou com a estrutura das escolas, muitas não têm a menor condição de começar o ano letivo, seja por falta de recursos para a manutenção, seja por falta de pessoas devido à demissão de 33 mil servidores desde o final do ano passado. Há casos de escolas com três turnos e uma merendeira, deixando um período sem refeição”, destacou Nádia.
A quinta-feira também será marcada por manifestações conjuntas em prol do Grande Ato dos 100 mil Educadores que, em Curitiba, será na Praça Nossa Senhora de Salete. No restante do Paraná, acontecerão atos públicos em frente aos 29 núcleos da APP-Sindicato.
“Tudo que acontecer na quinta-feira será avaliado no sábado (21), na reunião do Conselho Estadual da APP-Sindicato que poderá marcar uma assembleia para definir o encerramento ou não da greve, dependendo do que for proposto pelo governo estadual”, afirma Nádia.
Com isso, pelo menos até a próxima segunda-feira, os colégios estaduais no Paraná seguem sem data para o início do ano letivo, que deveria ter começado no último dia 09.