Começou às 15 horas, no Palácio Iguaçu, a segunda reunião entre o governo e os professores do Paraná desde o início da greve da categoria, que completa 12 dias nesta sexta-feira (20). Estão participando do encontro 19 pessoas, entre elas o secretário da Educação, Fernando Xavier Ferreira, sua equipe técnica, a diretoria da APP-Sindicato e o deputado Professor Lemos (PT).
Às 18h, após três horas de discussão, o secretário chefe da Casa Civil do Estado do Paraná, Eduardo Sciarra, foi chamado para a reunião. A justificativa é de que, ao longo do dia, pouco se avançou na agenda de reivindicações.
De acordo com o presidente do sindicato, Hermes Silva Leão, o eixo da discussão será composto pelos pagamentos atrasados, readequação das escolas à demanda de alunos e a contratação de mais de mil pessoas que foram aprovadas em concurso público, mas não foram convocadas.
Quanto aos atrasados, já existe um compromisso do governo de efetuar até a próxima terça-feira (24) um depósito no valor de R$ 84 milhões aos 29 mil professores temporários (os chamados PSS). Estará em renegociação também o compromisso assumido pelo governo de pagamento parcelado em março e abril do terço de férias a servidores e funcionários temporários, o que a categoria deseja adiantar.
O porte das escolas é outro ponto de discórdia. Para a APP-Sindicato, a quantidade de educadores e outros funcionários das escolas não atende mais à demanda, pois utiliza uma portaria de 2011, que está desatualizada.
Este motivo teria levada à demissão de uma servidora Secretaria Estadual de Educação (Seed), responsável pela tarefa, e ao adiamento da reunião na manhã de hoje, inicialmente prevista para as 10h30.
Procurada, a Secretaria de Estado Educação (Seed)não confirmou a informação de demissão e disse que a reunião foi adiada devido ao “horário de encerramento tardio do encontro de ontem”. A Gazeta do Povo tenta contato com a Seap, a qual esta funcionária estaria ligada, para confirmar o motivo da demissão.
Marcha ao TC-PR
Durante a manhã os professores fizeram uma marcha por conta do pagamento de auxílio-moradia aos conselheiros do órgão, aprovado na quinta-feira (19), e por um parecer do tribunal, que classificou o pagamento de auxílio-transporte aos professores – em dinheiro e nas férias – de “excrescência”.
“Como o estado tem dinheiro para pagar este benefício e não tem para a educação?”, questionou o presidente da APP-Sindicato. Leão afirmou ainda que considera uma “afronta” o pagamento do benefício enquanto há problemas salários atrasados e de pessoal na educação.
Primeira reunião termina sem acordo
Na quinta-feira, um encontro entre professores e governo não foi capaz de pôr fim à paralisação da categoria, que entrou nesta sexta-feira no seu décimo segundo dia.
As partes avançaram apenas em um dos três itens da pauta reivindicada pelos educadores: o governo se comprometeu a não mexer em direitos conquistados historicamente pelos servidores da educação.