Os professores das escolas da rede municipal de ensino que lecionam para 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental realizaram na manhã desta quinta-feira (15) uma manifestação em frente a Prefeitura de Curitiba. Parte das atividades foram suspensas pelos professores, que trabalharam até às 10 horas e em seguida foram para o protesto no Centro Cívico.
Participaram do ato professores das onze escolas municipais que ofertam ensino de 5ª a 8ª séries de Curitiba, além dos diretores de alguns destes estabelecimentos.
A categoria pede mudanças na jornada de trabalho, como a implantação da Lei do Piso, que prevê a destinação de 33% da carga horária do professora para a chamada hora/atividade, que incluem a preparação de aulas, correção de provas e atualização. Atualmente, 20% da carga de trabalho do professor de 5ª a 8ª séries é utilizada para estas tarefas.
“Foi implantada a jornada de 5 horas e agora voltaram atrás. Tinha que optar por isto em agosto ou em janeiro. Nós não somos contra o aumento na carga horária, desde que mais professores sejam contratados”, explica João Rufato, diretor do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac).
Uma comissão de professores foi recebida pela secretária municipal de Educação, Liliane Casagrande Sabbag. Segundo o presidente do Sismmac, Rafael Alencar Furtado, ficou decidido nesta reunião a criação de uma mesa de negociações sobre a mudança da jornada de trabalho.
Um novo encontro será marcado até o final de setembro. Até lá, a mobilização continua. “Ainda não foi aplicada a Lei do Piso nesta jornada de trabalho proposta pela Prefeitura de Curitiba. Agora foi aberto um canal de negociação. Mas ainda poderia ter avançado mais, até mesmo nas propostas”, avaliou.
Furtado relatou que a Prefeitura sinalizou que vai descontar as duas horas e meia que os professores não trabalharam nesta quinta-feira, o que foi considerado um retrocesso pela categoria.
O presidente do Sismmac disse ainda que é necessária a contratação de mais professores, mesmo com a convocação de cerca de 30 profissionais feita recentemente, considerada “tímida” pelo sindicato. Um dos problemas é a substituição de professores. “Há casos de professor de Matemática precisando dar aula de Inglês”, exemplifica.