Foto: Lucimar do Carmo

Pela manhã, docentes se reuniram na Santos Andrade.

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43.204 alunos de 97 das 171 escolas municipais de Curitiba ficaram sem aulas ontem. O motivo foi uma paralisação realizada pelos professores dos estabelecimentos. Eles cruzaram os braços com o objetivo de chamar a atenção da Prefeitura para as reivindicações da categoria.

Pela manhã, os docentes se reuniram na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Depois, seguiram em passeata até a sede da Prefeitura, no Centro Cívico. ?Temos uma pauta emergencial de reivindicações, que é composta por diversos itens. Já tivemos três rodadas de negociações com a Prefeitura, que nos recebe e nos escuta, mas sempre diz não a tudo que pedimos?, disse uma das coordenadoras do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Glacelise Cordeiro Brites.

A categoria quer reajuste salarial de 25,23%, referente a perdas acumuladas desde 1999. A Prefeitura oferece 5%, o que tem revoltado a categoria. ?O que está sendo oferecido é imoral. A Prefeitura gasta 37,86% de sua receita líquida corrente com pessoal. A limitação da Lei de Responsabilidade Fiscal é 54%. Sendo assim, margem orçamentária existe para que nosso reajuste seja concedido?, disse a presidente do Sindicato, Diana Cristina de Abreu.

Os professores pedem também equiparação entre docentes do ensino fundamental e professores de 5.ª a 8.ª séries, que estariam recebendo cerca de R$ 200 a mais do que os primeiros. ?Não há explicação para a diferença salarial, pois a escolaridade exigida para todos os profissionais é a mesma: ensino superior completo?, explicou Diana.

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Eles também querem garantia de crescimento vertical automático para professores com pós-graduação, fornecimento de auxílio alimentação de R$ 7 – hoje os servidores municipais recebem marmitas – e direito de escolha do banco onde são depositados os pagamentos. Atualmente, os professores recebem pelo Itaú.

Reunião

Após uma reunião entre os diretores do sindicato e os secretários municipais da Educação, Eleonora Fruet, e de Recursos Humanos, Arnaldo Bertone, ficou acertado que as aulas nas 171 escolas municipais de Curitiba serão normais hoje. Na reunião, foi definida uma pauta de ítens relativos ao plano de carreira dos professores, que será discutida em nova reunião marcada para 15 de maio. Também foi incluída na pauta a discussão sobre o desconto da falta de dias parados. A decisão conjunta foi registrada em ata, assinada pelos secretários e pela presidente do Sismmac, Diana Cristina de Abreu.

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Debates foram realizados na rede estadual

A rotina nas escolas da rede estadual também foi diferente ontem. Os professores dedicaram a maior parte do tempo das aulas para discutir a negociação da reposição salarial, debater sobre o número de alunos nas salas, a violência nas escolas, sobre o Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE) e também sobre a Emenda 3.

Os debates ocorreram nos três turnos apenas entre professores e funcionários das escolas estaduais. As aulas tiveram uma redução de 50 para 30 minutos, para que os professores pudessem discutir os assuntos.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP-Sindicato) entregou aos professores roteiros para os debates. Entre os pontos, os docentes deveriam avaliar a proposta do governo apresentada à categoria nas vésperas da última assembléia, no dia 31 de março, e como a violência tem afetado as escolas.

A mobilização foi decidida na última assembléia da categoria, no dia 31 de março. De acordo com a APP-Sindicato, caso o governo estadual não se manifeste até o dia 25, a categoria vai entrar em greve geral no Paraná. O governo propõe reposição dos salários que contemple as perdas salariais do período de abril de 2004 a maio de 2007, o que significaria algo em torno de 15%. A categoria defende equiparação salarial com o restante do quadro de funcionários do executivo estadual, o que representa um índice de reajuste de 56,94%.