Os professores do Colégio Alfa Pré-Escola Bam-bam, localizado no bairro do Rebouças, em Curitiba, pediram demissão anteontem. Ontem à tarde, eles se reuniram em frente ao colégio na tentativa de conversar com o diretor-proprietário, pastor Derville Souza Júnior, mas não foram recebidos. Os professores alegam que a instituição não vem pagando os salários regularmente desde fevereiro, nem depositando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A alegação do diretor, segundo uma professora que preferiu não se identificar, é que os salários estariam atrasados por conta da inadimplência dos pais dos alunos. Na escola trabalham 13 professores e há cerca de 60 alunos do maternal à quarta série.
“Vamos encaminhar uma solicitação à Delegacia Regional do Trabalho (DRT), pedindo a intervenção para que a escola libere as carteiras de trabalho que estão retidas, documentos e objetos pessoais”, informou o presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (Sinpropar), Sérgio Gonçalves Lima. Segundo ele, casos como o ocorrido no Colégio Alfa não acontecem com freqüência. Para ele, a falta de pagamentos está atrelada principalmente “ao mau gerenciamento da empresa”. “Não acho que o problema esteja aliado à crise econômica. Casos recentes têm comprovado que é por questão administrativa mesmo. Os empresários acabam usando o capital para outros bens.”
Segundo relato de uma das professoras, desde fevereiro os salários estão vindo “picados”. Ou seja, ela que ganha cerca de R$ 430,00 conta que não chegava a receber R$ 100 por mês. “A gente tinha que pedir, implorar e às vezes até expor problemas particulares para conseguir receber”, revela.
A reportagem de O Estado tentou contato com o diretor da escola mas não conseguiu. Informações dos professores dão conta de que a linha telefônica do colégio foi cortado por falta de pagamento.
