Professores não aceitam edital do concurso público

Os professores da rede estadual de ensino fizeram um protesto ontem em frente a Secretaria Estadual da Educação para reivindicar alterações no edital do concurso público anunciado para novembro. Entre as principais reclamações dos docentes está a redução de salário e a exigência de conhecimentos em informática e na linguagem de sinais. A secretária de Educação, Sueli Moraes, acabou recebendo uma comissão de professores, mas nada ficou acertado. Um novo encontro ficou marcado para a próxima semana.

De acordo com o presidente da APP-Sindicato, José Lemos, a secretária vai conversar com os secretários da Administração, Ricardo Smijtink, e do Governo, José Cid Campêlo, para saber se há possibilidade de atender as propostas.

Entre as principais reclamações dos docentes está a redução nos salários. De acordo com Lemos, todos vão ganhar o mesmo independente da formação. Alguém com pós-graduação ficaria enquadrado na categoria que recebe R$ 385,00. Hoje, os professores contratados em regime de CLT e que possuem apenas a licenciatura já ganham, incluindo outros benefícios, R$ 600,00. Deste modo, se passarem no concurso, teriam o pagamento reduzido. O achatamento seria pior para quem possui especialização e recebe conforme sua formação.

Lemos reclama que nenhum professor vai conseguir passar no concurso devido às exigências apresentadas no edital. Uma delas é o conhecimento em informática. Mesmo com os computadores integrados no mundo atual, Lemos afirma que com a baixa remuneração, nenhum educador tem o equipamento em casa. Para ele, o Estado deveria capacitar os professores que já atuam na rede, bem como quem entrasse agora. “E nem todas as escolas tem um laboratório: há algumas que não tem nem luz elétrica”, lembra. Ele também considera absurda a exigência do conhecimento em linguagem de sinais e de conhecimentos na áreas de educação especial, já que exigem formação específica. “Os professores não tiveram esse tipo de formação”, explica.

Outro problema apontado pela categoria é a quantidade de vagas oferecidas. Para eles as escolas do Paraná precisam de 20 mil docentes, 7 mil a mais do que propõe o edital. O documento também não prevê a contratação de professores formados em filosofia e sociologia, e ainda supervisores, orientadores e funcionários. Lemos diz que há a necessidade de 5 mil pedagogos. Desde 1985 o estado não contrata funcionários para as escolas, atualmente somam quase 20 mil contratados pela CLT. Os professores querem ainda que o concurso seja adiado para dezembro, já que nem foi publicado a referência bibliográfica.

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