Quem pensa que microfone sem fio é coisa para estrelas da música pop e para apresentadores de televisão, precisa assistir a uma aula, numa das 168 escolas da rede municipal de ensino em Curitiba. A professora de artes Joice Salete Pires é uma entre muitos profissionais que aprendeu a usar adequadamente a voz em sala de aula. Mas a medida para ela foi emergencial. Depois de enfrentar problemas de má postura vocal, que resultaram numa cirurgia para a retirada de calos vocais, ela teve que apelar para o uso do microfone sem fio – equipamento fornecido pelo programa de Saúde Vocal da Prefeitura de Curitiba, distribuído, em dezembro do ano passado, a todas as escolas municipais. Com isso ela, além de poupar a voz, pôde melhorar sua performance em sala de aula.
Com a intenção de monitorar, o tempo todo, a voz do professor para que ele se mantenha saudável e não comprometa seu desempenho em sala de aula, a Prefeitura de Curitiba desenvolve há sete anos o programa Saúde Vocal: uma parceria entre as secretarias municipais de Recursos Humanos, de Educação e o Instituto Curitiba de Saúde (ICS). Nesse período já foram atendidos mais de 15 mil profissionais do magistério municipal. Desde que foi criado, em 1997, o índice de afastamento de professores das salas de aula, causado por problemas na voz, caiu de 85% para menos de 1%.
Dessa forma, todos saem ganhando. A Prefeitura economiza em tratamento mais drástico como cirurgia, e os alunos não ficam sem professor. (SMCS)