Professores fazem vigília no Palácio Iguaçu

Professores da rede estadual de ensino iniciaram ontem, após o almoço, uma vigília de 48 horas em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. A mobilização foi efetivada após a infrutífera reunião com a base governista, realizada às 11h, comandada pelo chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro. Do governo, ficou a promessa da apresentação de uma contra-proposta aos professores na próxima reunião, marcada para as 11h da próxima segunda-feira. Alguns professores estão fazendo revezamento no local para impedir a paralisação das aulas, porém alguns estão no local mesmo levando faltas no trabalho.

Os docentes pedem um reajuste de 56,94% em parcelas para junho e dezembro, e asseguram que o impacto no orçamento do governo será de apenas 1,77% agora e 2,52% no ano que vem. O reajuste representaria a equiparação salarial com outras categorias de servidores do Estado. "Para ambas as carreiras é exigido o curso superior, porém um professor ganha, no início de carreira, R$ 1.030,00, enquanto um agente profissional tem salário inicial de R$ 2.088,00", diz o presidente da APP-Sindicato, José Lemos. Os professores também pedem a reestruturação do plano de carreira.

Segundo ele, o governo chegou à reunião de mãos abanando. "Na última reunião, eles ficaram de estudar a nossa proposta, mas não estabeleceram um posicionamento decisivo. Por isso, optamos por recomeçar a mobilização", diz. O sindicalista afirmour ter ficado incomodado ao interpretar as declarações do governador Roberto Requião, que teria pleiteado um investimento maior para a educação no ano que vem, independente de quem vença a eleição. "Nós queremos uma atitude agora. Fica muito fácil prometer algo sem sequer ter certeza da reeleição."

A assessoria de imprensa da Casa Civil, porém, assegurou que o posicionamento das lideranças governistas é apresentar uma contra-proposta aos professores na próxima reunião e que o pedido de um investimento maior na educação no ano que vem não significa que não possa haver um entendimento antes disso, já que a comissão de administração está aberta ao diálogo – ontem, inclusive, recebeu mais uma série de estudos do Dieese das mãos de Cid Cordeiro, que participou do encontro.

Tempo

Para Lemos, o agendamento das reuniões foi uma tentativa de ganhar tempo, já que há dois projetos de lei ligados aos docentes estão prestes a serem votados na Assembléia Legislativa: o 149/06, que diz respeito à equiparação salarial, e o 150/06, referente ao plano de carreira da categoria. "Vamos dar um último voto de confiança. Porém, caso o governo não apresente proposta concreta, vamos sensibilizar a assembléia para que os projetos sejam votados no início da próxima semana", disse Lemos. Além da mobilização na frente do Palácio Iguaçu, que vai até amanhã, data-base da categoria, os professores planejam uma caminhada de Ponta Grossa a Curitiba no dia 15. 

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