A APP-Sindicato, entidade que representa os professores da rede estadual, entrou ontem com uma petição do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) solicitando audiência de conciliação entre a categoria e o governo do Paraná. O sindicato informou ao tribunal sobre a impossibilidade cumprir a liminar que determina a volta ao trabalho dos professores do terceiro ano do ensino médio e de 30% dos funcionários administrativos.
Segundo a secretária de finanças da APP, Marlei Fernandes, a impossibilidade ocorre porque “o governo precisa dizer quais os professores que devem retornar às salas de aula”. O sindicato ainda pede que a multa fixada em caso de descumprimento da decisão seja retirada até que o estado cumpra com os pedidos.
Nos próximos dias, a APP-Sindicato deve entrar com uma ação para derrubar a liminar. Sobre a assembleia agendada para as 8h30, no estádio da Vila Capanema, Marlei diz que, até o momento, o posicionamento do comando de greve é pela continuidade do movimento, que já dura 24 dias.
O envio da petição ao TJ-PR foi decidido pelo Comando de Greve do sindicato. O grupo avaliou que, como o governo Beto Richa (PSDB) judicializou a negociação ao entrar com o pedido de liminar, é necessário recorrer à Justiça para que ela seja mediadora dos próximos debates.
Fura-greve
Quase todas as escolas do Paraná estão sem aulas. Uma, em Curitiba, entretanto, retomou as atividades: a Escola Nossa Senhora de Salete, no bairro Jardim Social. A direção da escola informou que a decisão foi tomada após anúncio da Secretaria de Educação do Paraná (Seed) de que as negociações haviam se esgotado com a categoria. A APP-Sindicato diz que os professores e funcionários administrativos da escola sofreram pressão para retornar às aulas por parte da direção. “O diretor da escola é um dirigente orgânico do PSDB, por óbvio houve pressão sobre os servidores”, disse Nádia Brixner, secretária do sindicato.
Pesquisa
Um levantamento da plataforma mobile PiniOn, que ouviu 196 pessoas no estado, aponta que 98% considera justa as reivindicações dos professores. A pesquisa aponta ainda que 81% acreditam que a situação pode alterar o calendário letivo de 2015. 52% estão sendo afetados pela greve e moram com ao menos uma pessoa que está sem aulas. 19% participaram de algum ato em apoio à greve.