Professores da rede estadual promoveram ontem, em Curitiba, mais uma edição do Dia de Luto e Luta da Educação. O evento é realizado todos os anos, sempre no dia 30 de agosto, em memória a um confronto entre docentes e policiais militares, ocorrido no ano de 1988, na Praça Nossa Senhora da Salete, durante uma greve da categoria.
Na manhã de ontem, professores de diversas regiões do Paraná realizaram uma manifestação na Praça Santos Andrade e, em seguida, seguiram em passeata até a frente do Palácio das Araucárias, no Centro Cívico.
Cerca de 1,2 mil pessoas participaram. A principal reivindicação da categoria foi a equiparação salarial com outros servidores que fazem parte do quadro próprio do Poder Executivo.
“Queremos que o governo do Estado aprove uma emenda constitucional que garanta a isonomia salarial. Com isto, teríamos um reajuste de 25,97%”, comenta a presidente do Sindicato da Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Marlei Fernandes. “Hoje, professores que ingressam na carreira recebem salário inicial de R$ 1.500,00 mais R$ 400,00 de auxílio transporte. Outros servidores concursados com curso superior ingressam com salário de R$ 2.560,00”.
Outra reivindicação da categoria diz respeito à nomeação de cerca de 3 mil professores aprovados em concurso público e que já realizaram exame médico para assumir a função, além da promoção de exame para nomeação de cerca de 5 mil funcionários de escolas, como merendeiros, inspetores, agentes de limpeza, entre outros.
“Em relação aos professores, muitos dos que já passaram por exame médico estão em contrato temporário, aguardando nomeação. Queremos saber quando eles serão nomeados e que o processo de nomeação seja acelerado”.
Os professores também pedem redução do número de alunos por turma, sendo que atualmente a média da rede estadual é de quarenta estudantes por sala de aula; e criação de um programa de atenção específico à saúde da categoria, que considera o atual SAS (Sistema de Atendimento à Saúde) inadequado a suas necessidades.
“A redução de alunos por turma influencia na qualidade de ensino e na saúde dos professores. Acreditamos que o ideal são 25 alunos por turma no ensino fundamental e trinta no médio”, diz Marlei. “Sobre o programa de atenção à saúde, precisamos de mais recursos, descentralização do atendimento e aumento do número de hospitais que nos atendem”.
Após a reunião, da qual participaram representantes da APP-Sindicato, a secretária Estadual da Administração, Maria Marta Lunardon, e o governador Orlando Pessuti, o governo anunciou que os profissionais aprovados em concurso serão contratados até dezembro deste ano.
Informou também que serão pagos R$ 17 milhões referentes às promoções e progressões na carreira dos 3.662 professores do quadro próprio e dos 13.461 agentes educacionais.
As progressões, segundo o governo, serão pagas já a partir de outubro. Em relação à equiparação salarial, o governador determinou que seja estruturada uma proposta para os professores. A primeira reunião que tratará do assunto será realizada hoje.