Professores estaduais ocupam a Secretaria da Fazenda, no Centro, e bloquearam todas as entradas para os funcionários na manhã desta quarta-feira (20). Eles permanecem acampados na entrada da Rua Vicente Machado e também na Rua Brigadeiro Franco, na tentativa de criar um diálogo a respeito do atual impasse da classe em relação ao anúncio de reajuste salarial de 5%, proposto semana passada pelo governador Beto Richa.

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A intensão dos manifestantes, além de demonstrar insatisfação pela proposta, foi de impedir a entrada de servidores do prédio. Segundo Celso José dos Santos, diretor do APP-Sindicato, entidade que representa os professores, a mobilização foi sendo pacífica e ordeira, por isso, não houve qualquer resistência.

“Queremos demonstrar que o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, está mentindo em relação aos números do Paraná. Isso está fazendo com que exista diálogo. Estamos em processo de data base”, defendeu diretor da APP, que dá aula de matemática no interior do Estado.

Nesta terça-feira (19), o secretário teria dito em entrevista ao jornal Valor Econômico que o governo estuda vender fatias de suas principais empresas estatais: Companhia Paranaense de energia (Copel) e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), para obter recursos. A entrevista do secretário provocou reação do governador Beto Richa, que negou ter a intenção de levar tais propostas adiante.

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Os professores e funcionários das escolas do Paraná devem continuar bloqueando os quatro acessos à Secretaria até que sejam recebidos. A adesão à greve foi tamanha, que funcionários das escolas do interior também participam da mobilização. “Moro em Dois Vizinhos e chegamos aqui na terça para participar do ato e da caminhada. Tivemos mais uma decepção com a não apresentação de propostas por parte do governo com relação à data base, que é lei e deveria ser respeitada”, desabafou Eliane Figura, funcionária de uma escola.

Apoio dividido 

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Muitos motoristas que passam pelos locais de bloqueio prestam apoio a mobilização com o uso das buzinas. Os “buzinaços” acontecem principalmente na entrada da Rua Brigadeiro Franco. “Respeitamos o hospital ao lado da entrada da Rua Vicente Machado, por isso lá não incentivamos os motoristas a buzinar, pois afeta os pacientes”, explicou a funcionária.

Em todos os momentos, com o sinaleiro fechado ou aberto, os motoristas que passam pelo local não perdem a chance de mostrar a insatisfação com o que vem acontecendo com os professores nos últimos dias. Em alguns momentos, o trânsito chega a ficar parado por conta da manifestação, mas isso não faz com que os motoristas se irritem. “Eles estão certos. Não têm que voltar a trabalhar enquanto o governador não tomar vergonha na cara e não der um aumento decente para os professores”, comentou Adil Brizola Fancini que, estava no congestionamento.

Enquanto motoristas manifestam apoio aos professores, alguns funcionários da Secretaria da Fazenda se irritaram e comentavam entre eles que não apoiam a greve. “Isso é um absurdo. Eles não querem trabalhar e não deixam a gente trabalhar”, disse uma mulher. 

Trânsito ficou complicado na região. Foto: Gerson Klaina.