Retorno indefinido

Professores definem amanhã se greve continua ou não

Assembleia amanhã vai definir se a greve dos professores da rede estadual de ensino continua. A APP – Sindicato marcou a reunião para as 14h30, no estádio Durival Britto, Vila Capanema. O motivo principal da paralisação é a aprovação de mudanças na previdência do funcionalismo estadual, que resultou no confronto entre servidores e policiais militares, na quarta-feira, no Centro Cívico.

O confronto, que deixou mais de 200 feridos por balas de borracha e bombas de efeito moral, provocou manifestações na quinta e na sexta-feira. No Dia do Trabalho, mais de 5 mil pessoas, entre professores, estudantes e grupos civis, fizeram novo ato de protesto, no Centro Cívico, contra as medidas adotadas pelo governador Beto Richa em relação à ParanaPrevidência e também contra a ação da Polícia Militar.

Os manifestantes satirizam os deputados que votaram a favor das mudanças no sistema previdenciário. As fotos dos parlamentares foram coladas em cruzes, dando a entender que eles estão mortos para o povo. Sob cada imagem há um registro de uma ação truculenta dos PMs contra os professores. Ao todo, são 33 cruzes: 31 representado os deputados, um para Richa e outra para Ademar Traiano, presidente da Assembleia Legislativa. Ao contrário dos outros dias, não havia policial na praça.

Ação

Mário Sérgio Ferreira de Souza, secretário jurídico da APP-Sindicato, ingressará com ação criminal responsabilizando o governador Beto Richa, o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, e os comandantes da Polícia Militar pela violência de quarta-feira. De acordo com o secretário do sindicato, foram 392 professores feridos, a maioria acima da cintura e por balas de borracha.

Truculência investigada

Fotos e vídeos feitos durante a manifestação dos professores na quarta-feira e depoimentos, também de policiais militares, serão fundamentais na investigação iniciada pelo Ministério Público. A intenção é apurar se houve excessos na repressão, para possíveis responsabilizações jurídicas.

Diversas esferas do MP-PR devem atuar na investigação, inclusive no interior do Estado. Pessoas que foram vítimas de lesões corporais, como os feridos por tiros de bala de borracha, de abuso de autoridade e outros participantes serão ouvidos. O prazo inicial para conclusão é de 30 dias. A instituição criou o e-mail denuncia29deabril@mppr.mp.br para que a população possa enviar fotos e vídeos.

Legítima

Representantes da Associação de Praças do Paraná (APRA) entregaram imagens que, segundo eles, comprovam a ação de black blocks na manifestação. Segundo o advogado da APRA, Cláudio Dalledone Junior, foram flagrados integrantes do grupo manejando artefatos explosivos e recebendo pagamentos. Dalledone afirmou que os policiais fizeram uso progressivo da força, em legítima defesa e para manter a ordem pública. Segundo ele, cerca de 100 black blocks estavam infiltrados no protesto. O advogado disse que os policiais agiram de forma legítima e que mereciam menção honrosa.
(Leilane Benetta)

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