Em assembléia ontem à noite, os professores municipais de Curitiba decidiram não entrar em greve, mas prometem continuar as mobilizações com distribuição de panfletos e cartas informando a população sobre as reivindicações da categoria. Na tarde de ontem, professores e servidores municipais discutiram sua pauta com representantes das Secretarias Municipais de Recursos Humanos e Educação, mas os professores não obtiveram muitos avanços na conversa.
Tudo que ficou decidido já havia sido definido em abril, como por exemplo a diminuição da diferença de salário dos professores da docência um e dois e a criação do nível quatro (para quem tem mestrado e doutorado), pontos constantes do projeto de lei encaminhado pelo prefeito Beto Richa à Câmara Municipal.
Entre outros benefícios, os professores pedem reajuste salarial de 25,23%, o que, segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), Diana Cristina de Abreu, não foi discutido na reunião de ontem. ?A Prefeitura não negocia este reajuste?, afirmou. De acordo com a Secretaria de Educação, este reajuste não estava na pauta de discussões de ontem.
A secretaria também informou que na gestão Beto Richa já foi concedido aumento de 17,98% (em três vezes). Já o reajuste para as docências um e dois (professores de 1.ª a 4.ª e 5.ª a 8.ª séries, respectivamente) será concedido em duas parcelas, segundo a Prefeitura: a primeira, de 30%, em agosto deste ano, e a segunda, de 30% também, em maio de 2008. Outros 20% serão concedidos em 2009 e mais 20% em 2010. Com isso, a diferença salarial das duas categorias vai cair de R$ 229 para R$ 91. A proposta de Richa também prevê aumento de 100% no número de vagas oferecidas aos professores que quiserem ingressar no crescimento vertical do nível dois para o três.
Durante a reunião de ontem, alguns professores se concentraram em frente à Prefeitura, em um ato simbólico. Os servidores municipais também conseguiram alguns benefícios enviados por Richa à Câmara, como 34% de aumento no vencimento mínimo e gratificações para aqueles que trabalham em escolas de difícil acesso (cerca de 1.987 trabalhadores). A gratificação para diretores e vice-diretores também está prevista no projeto enviado por Richa à Câmara, além de aposentadoria especial para suportes técnicos, pedagogos e coordenadores administrativos. Pela proposta do prefeito, os inspetores de escola e auxiliares administrativos devem ser incluídos no Programa de Produtividade e Qualidade. Estes profissionais receberiam R$ 1.350 em três parcelas.