O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, entregou ontem, ao governador Roberto Requião, o relatório que revela que 575 dos 890 professores do corpo docente da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unioeste) trabalham apenas 13 horas semanais, apesar de receber uma gratificação de, em média, 50% do valor de seus salários para se dedicar em tempo integral e com dedicação exclusiva (Tide) à universidade.
As 27 horas restantes da carga semanal normal de 40 horas são, segundo os professores, utilizada integralmente em pesquisas particulares e em cursos de aprimoramento ou de extensão. ?Ou seja: 64% do corpo docente da universidade cumpre uma jornada de trabalho semanal inferior a um terço do restante dos professores, alegando que estão realizando pesquisas?, afirmou Rizzi
Na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) por exemplo, dos 1.100 professores, 240 se dedicam à pesquisa (21,8%). Já na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), são 582, dos 1.391 professores (41%).
O secretário explicou que das 23 mil horas de trabalho teóricas que a soma desses profissionais deveriam prestar à universidade, apenas 8.050 são, de fato, prestadas. E que a diferença de 14.950 horas corresponde à dedicação de 364 professores de 40 horas.
De acordo com a Secretaria, um professor-adjunto da Unioeste recebe, em média, R$ 1.230,00 e outros R$ 676 se tiver a gratificação. Os professores-adjuntos de nível A, com a gratificação, recebem R$ 3.621,00 e os adjuntos de nível D, com gratificação, R$ 3.957,00 por mês. Um professor-titular, com Tide e com doutorado recebe um salário de R$ 5.390,00.
Avaliação
?Ao governo resta a dúvida se, de fato, essas pesquisas estão sendo realizadas, apesar de existirem 575 projetos registrados. Por isso, vamos avaliar minuciosamente o que está sendo produzido por eles e qual a importância das pesquisas realizadas até agora para os paranaenses?, garantiu o secretário.
Segundo ele, o governador determinou que a Secretaria moralize a situação e regulamente o número de professores que realmente fazem pesquisa. ?Temos um orçamento apertado e que deve ser bem empregado. Por isso, precisamos estabelecer um número determinado de professores que farão pesquisas e passaremos também a acompanhar a produtividade, a importância e o resultado prático desses trabalhos?, afirmou Rizzi. ?A ninguém é lícito acreditar que tenhamos de fato tanta gente dedicada à pesquisa?, avaliou.
Além de questionar a produção e a produtividade dos professores, a Secretaria também levanta a hipótese que o excesso no número de pesquisas pode ter se transformando em artifício para aumentar o salário, com a gratificação.
Outra revelação do documento, entregue pelo secretário ao governador, é que outros 109 professores da universidade estão temporariamente afastados do trabalho para freqüentar cursos de pós-graduação, mestrado ou doutorado em outras universidades brasileiras.
Resultados da PUC
Conforme planejado pela reitoria, a lista dos classificados em primeira chamada do Concurso Vestibular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná será anunciada amanhã, às 11h, no prédio da Administração, pelo reitor Clemente Ivo Juliatto.
Até segunda-feira, será elaborada e divulgada uma lista de espera. Para o preenchimento das vagas remanescentes, não preenchidas pelos classificados em 1.ª chamada, serão convocados, na ordem de classificação, candidatos relacionados nesta lista de espera.
As matrículas dos calouros serão realizadas de 19 a 23 de janeiro. Neste ano, a PUC registrou 14.065 candidatos, contra 13.427 no último concurso e 13.089 em 2002. No total, a Universidade abriu 6.360 vagas, sendo 4.380 para o primeiro semestre e 1980 para o segundo semestre. Pela primeira vez, foram ofertados dois cursos de bacharelado, para o campus Maringá: Nutrição (60 vagas) e Enfermagem (60).
Veteranos
De hoje até 15 de janeiro, a PUCPR efetuará matrículas dos veteranos, pela internet. O aluno pode acessar o site http://www.pucpr.br e, no link matrícula, entrar com seu código, o número da sua identidade estudantil, e com a sua senha, a mesma que é utilizada para o acesso à biblioteca. Quem não possuir a senha, deve cadastrá-la junto ao Protocolo dos Centros Universitários.
