Professores da UEM criticam postura de reitores

Professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão unidos contra as recentes medidas anunciadas pelo governo do Estado – suspensão da contratação de professores e fechamento de cursos nas universidades estaduais – e a postura dos reitores. Através de carta aberta, a Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá afirma que “nunca houve uma conjuntura em que houvesse tamanha subserviência dos reitores ao Palácio Iguaçu, como está ocorrendo atualmente.” A carta aberta tem quatro páginas e foi elaborada a partir da reunião dos professores, na última terça-feira.

“É um posicionamento sobre o que vem acontecendo ao longo dos anos. A gente percebe que o governo pede as coisas e as universidades prontamente atendem, além até do que poderiam”, afirmou o presidente da Associação, Valmir Richetta Correia. “Questionamos tanto os reitores quanto o próprio governo, que está suprimindo os recursos.”

No documento, os professores questionam a posição da reitoria da UEM, que afirmou estar assumindo cinco cursos – dos 20 que podem ser fechados – com recursos próprios, além da redução da concessão de adicionais – de 712 para 75 casos de periculosidade por ano e da racionalização do pagamento de horas extras, baixando de 40.728 para 26.206. A idéia, segundo Valmir, é realizar uma assembléia universitária no início de maio.

Reitoria

“Vejo isso de maneira lamentável. Muitas coisas que eles colocam na carta precisam ser esclarecidas”, afirmou o reitor da UEM, Gilberto Pavanelli. Segundo ele, a redução do pagamento de adicionais de horas extras, periculosidade e 40% aos motoristas está amparado em lei. “Houve determinação do Tribunal de Contas (TC) e, sem amparo legal, as contas da instituição seriam impugnadas”, explicou o reitor. Sobre a periculosidade, o reitor afirmou que há ofício do promotor público de Maringá determinando a suspensão de pagamento, com a mudança recente da lei.

Sobre manter cinco dos cursos com recursos próprios, Pavanelli afirmou que se trata de uma estratégia da reitoria. “Esses cursos – Secretariado Trilíngüe, Estatística, Ciências Sociais, Filosofia – já estão com turmas se formando. Arquitetura e Urbanismo terá turmas formadas no ano que vem. E praticamente não teremos que fazer investimento, apenas a manutenção.”

Quanto à acusação de subserviência ao governo do Estado, o reitor afirmou que o governo é o mantenedor da instituição e que por isso tem o direito e o dever de fazer avaliações que julgue necessárias. “Enquanto reitor desta instituição, nunca vou me furtar de ser avaliado por quem quer se seja”, afirmou.

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