A professora dos Departamentos de Pedagogia e Biologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carla Morales, embarcou nesta semana para Dili, a capital do país asiático Timor Leste, com uma missão: capacitar, em língua portuguesa, docentes do local. Ela faz parte de um grupo de 32 professores brasileiros que integram a missão de reforçar o aprendizado da língua brasileira naquele país. Eles ganharam bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC), dentro do Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor-Leste.
O português é uma das línguas oficiais do país, mas é falado por apenas 20% da população (a maioria fala o tétum). Os professores darão aulas de português, matemática, química e biologia para outros docentes do ensino fundamental do Timor Leste. Alguns deles já estavam no país desde fevereiro, mas seis embarcaram nesta semana. Carla disse que projetos como esse trazem boas experiências e aproximam nações. ?É muito importante estar envolvida nesse processo de construção de bases sólidas de um povo e de um sistema educacional em formação?, avalia.
O biólogo Luís Fernando da Silva, da Universidade Federal do Ceará (UFCE), é o coordenador do grupo. ?Minha perspectiva é a melhor possível. Tenho um entusiasmo grande em trabalhar com a comunidade timorense. Acredito que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas?, diz.
A bolsa da Capes prevê, por até um ano, o valor mensal de US$ 1,1 mil, passagem aérea, auxílio-instalação e seguro-saúde. O coordenador receberá US$ 2 mil. A primeira edição do programa do MEC aconteceu em 2005, quando 47 professores fizeram o mesmo trabalho que, segundo o ministério, foi considerado excelente pelas duas nações. O Timor Leste foi colônia portuguesa até 1975 e, em seguida, foi anexado à Indonésia. Em 1999, cerca de 80% da população optou pela independência em um referendo.
