A “guerra” no Centro Cívico deixou 213 pessoas feridas, conforme dados da Prefeitura, que cedeu espaço para triagem das vítimas. A Polícia Militar informou que pelo menos 20 policiais se machucaram. Entre o total de feridos, 63 que estavam em estado mais grave foram encaminhadas para Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Hospital Cajuru e Hospital do Trabalhador.
Segundo a APP-Sindicato, que representa os professores, alguns manifestantes feridos foram coagidos por policiais no Hospital do Trabalhador. “Estávamos aguardando atendimento quando dois homens em um carro descaracterizado chegaram mostrando credenciais de polícia. Perguntaram de onde éramos e o que fomos fazer no Centro Cívico. Anotaram os nomes dos professores feridos em tom de ameaça. Além da violência física, sofremos abuso psicológico”, disse Eyrimar Fabiano, professor de sociologia do Colégio Estadual Hildebrando de Araújo, no Jardim Botânico.
Respiração
De acordo com o enfermeiro-chefe do Samu, Eduardo Funchal, a maior parte das vítimas estava com o quadro respiratório comprometido pelo gás lacrimogêneo, emocionalmente abaladas ou com queimaduras causadas pelas balas de borracha. Cerca de 50 profissionais e 12 ambulâncias fizeram o atendimento das vítimas.
O professor Guilherme Maier, de Prudentópolis, levou dois tiros de bala de borracha nas pernas. “Não há palavras para explicar uma situação dessas, uma coisa fora do comum, fora da realidade. Pessoas estão sendo carregadas, muito feridas. Algo extremamente violento, sem precedentes”, desabafou.