Os produtores de cal do Paraná estão buscando alternativas para tentar controlar a emissão de poluentes. A meta é reduzir a emissão de partículas e gás carbônico, para que cheguem a níveis toleráveis pela saúde humana. Em municípios da Região Metropolitana de Curitiba, como Colombo, Rio Branco do Sul e Almirante Tamandaré, onde estão concentradas as maiores indústrias de cal do estado, o índice de poluição chegou a atingir 526 microgramas por centímetro cúbico em alguns meses, sendo que o limite máximo aceito pelos órgãos ambientais e de saúde é de 80.
Diante deste quadro, as indústrias passarão, a partir deste ano, a fazer monitoramento da emissão do pó durante sete dias seguidos, quatro vezes ao ano. A Associação Paranaense dos Produtores de Cal (APPC) está disponibilizando o aparelho utilizado para esse serviço.
A medida, de iniciativa da APCC, vai ao encontro de uma sugestão do Ministério Público, que, diante da situação crítica nos meses de inverno, promoveu, no ano passado, juntamente com as secretarias de Saúde, Agricultura e Meio Ambiente, uma audiência pública em Colombo. Nessa audiência foi sugerido às indústrias que se faça o controle das fontes fugitivas e a manutenção constante para que se chegue a índices aceitáveis. Um estudo da Sanepar apontou aumento de pH nas águas localizadas próximas às indústrias de cal.
A medição funcionará da seguinte forma: por meio de georeferenciamento, especialistas irão instalar os equipamentos de captação em pontos chaves das fábricas. Durante uma semana, os filtros serão pesados em laboratório. ?Assim, teremos um diagnóstico de onde e em que situações está havendo a emissão exagerada. É uma fotografia, para depois podermos atacar pontualmente o problema. Saberemos quanto cada empresa emite e quanto deverá reduzir?, comentou o presidente da APCC, Alzemir Gulin.
Após este ano de diagnóstico, Gulin acredita que será possível controlar a emissão de poluentes. ?Sabendo onde está o problema, poderemos instalar sistemas de filtros mais eficazes, fazer a manutenção adequada dos vãos das portas e montar uma cortina vegetal corretamente?, disse.
Ele explicou que, apesar do investimento inicial para a aquisição do equipamento, a medida trará, inclusive, retorno financeiro aos produtores que controlarem a emissão de partículas sólidas no ar, uma vez que tais partículas são o produto mais valioso da indústria da cal. ?Esse pó, quanto mais fino, é o melhor produto de nossa indústria. E é justamente esse que escapa e é levado pelo vento?, explicou.
As empresas que conseguirem reduzir suas taxas de emissão de partículas sólidas ao nível aceitável receberão um selo verde, que poderá ser colocado em suas embalagens. ?É importante o consumidor começar a procurar por produtos que apresentem esse selo, assim, também estará tendo sua participação nesta missão?, concluiu.