Enquanto as fábricas começaram a todo vapor, já no início do ano, a produção de chocolates para a Páscoa, os artesãos, com o mesmo pique, preparam produtos que atraiam não somente os olhos, mas também o bolso dos consumidores. Tanto na produção em larga escala quanto na produção artesanal, muitas novidades estão sendo lançadas e a preocupação com qualidade está cada vez maior.
Todas as noites, desde o final de janeiro, das 23h às 7h, mais de 50 funcionários da fábrica de chocolates Barion trabalham somente na produção dos ovos e coelhinhos de chocolates para a Páscoa. Para atender a demanda da época, o quadro de funcionários aumentou 40%, mas a fábrica trabalha com muita cautela para não ter desagradáveis surpresas. ?Tem que tomar cuidado com a Páscoa porque se sobra, o varejo devolve para a fábrica. Portanto existe risco financeiro. Nós, portanto, estamos trabalhando sem muita expectativa: nossa produção este ano deve ficar em torno de 70 toneladas de ovos de chocolate?, explica o diretor executivo da Barion, Rogério Dequech.
Segundo ele, a cautela é necessária porque no último ano as vendas não foram as esperadas. ?A expectativa é que este ano seja muito melhor que o ano passado, que nós chamamos de Páscoa magra, porque foi muito cedo?, explica o diretor. Além de apresentar novidades, como um ovo maior, de 300 gramas, e os coelhinhos de chocolate, a fábrica está investindo cada vez mais em produtos de qualidade. ?Tem uma diferença entre ovos de chocolate e de chocolate ao leite, mas muitos consumidores nem notam essa diferença. O de chocolate é feito com gordura hidrogenada, já o chamado chocolate ao leite, é o chocolate mesmo. É mais caro, porque é feito com manteiga de cacau, mas é de melhor qualidade. Para se chamar chocolate deve ter, no mínimo, 25% de cacau?, explica a engenheira de alimentos da fábrica, Lisandra Camargo.
Artesanal
Enquanto isso, em uma produção artesanal muito sofisticada, Lia Drews ainda não começou a produção da Páscoa, mas prepara um coquetel de lançamento para as pessoas saberem o padrão do chocolate trabalhado e os produtos oferecidos este ano. ?Na semana que vem vou fazer o coquetel. Essa já é a terceira Páscoa que faço, sempre mantendo a linha de oferecer não produtos grandes e em grande escala, mas de alta qualidade e diferenciado, pequeno. Uma coisa que percebi é que as mães estão preferindo montar cestas para os filhos que não sejam somente com chocolate. Então também vou trabalhar com bolachas, brownies, cookies, produtos que sejam também de valor nutritivo?, explica Lia.
A artesã começa no próximo dia 25 e até a Páscoa só vai trabalhar com produtos para a época. Junto com ela trabalham o marido e outros cinco funcionários, além dos colaboradores. ?Trabalhamos com artistas e associações locais, que lixam, pintam, costuram, para também ajudar outras pessoas nesta época. Tem que existir também o sentido social?, diz Lia. Este ano será o primeiro que ela montará uma loja de Páscoa, que abrirá 30 dias antes do feriado. Lia pretende produzir mil peças (embalagens) de bolachas e montar cem cestas, além de outros produtos, de vários formatos.
