A situação precária em que vivem os catadores de materiais recicláveis em Curitiba foi discutida, ontem, na Procuradoria do Trabalho por diversos órgãos ligados ao tema. Durante o encontro, o presidente da Companhia Municipal de Habitação (Cohab), Mounir Chaowiche, apresentou os projetos que estão sendo desenvolvidos nesta área pela Prefeitura. Entre eles, a regularização da situação de 3,3 mil famílias que vivem no Bolsão Audi.
Segundo Marilsa Aparecida de Lima, membro da comissão nacional do Movimento dos Catadores de Material Reciclável, a maioria dos trabalhadores vive em condições subumanas. Moram em área de invasão e dividem o espaço com o lixo. Estão sujeitos a uma série de doenças, sem contar que o material também polui o meio ambiente porque fica depositado em áreas de fundo de vale. Nesses locais não há água encanada ou esgoto. As famílias vivem com cerca de um salário mínimo.
Mounir informa que já estão em processo de licitação as obras de melhoria no Bolsão Audi. Cerca de 450 famílias serão transferidas para outra área porque moram muito próximas ao Rio Iguaçu. A Sanepar fará obras de saneamento, coleta e tratamento de esgoto. O trabalho deve terminar no fim de 2007.
O delegado regional do Trabalho, Geraldo Seratiuk, avaliou como positivas as ações que estão sendo desenvolvidas. Ele explica que os encontros começaram a ser realizados no ano passado e conseguiram reunir vários órgãos para discutir os problemas. Além da moradia, também vem se debatendo a falta de trabalho, de acesso à saúde e à educação – fatores que ajudam a aumentar os índices de violência. Nós próximos encontros serão discutidos projetos para a retirada de famílias que moram à beira dos rios de Curitiba.
