Procuradores criticam especialização de vara

A transformação da 2.ª Vara Federal Criminal numa vara específica para atender casos envolvendo crimes conta o Sistema Financeiro Nacional e de lavagem de dinheiro não agradou aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba. O procuradora da República Suzete Bragagnolo, integrante da Coordenadoria Criminal do MPF, afirmou que os procuradores não são contra a especialização da vara, mas sim contra a maneira como isso foi feito.

Suzete contou por que essa nova metodologia de trabalho todos os inquéritos do Estado ficam centralizados na 2.ª Vara em Curitiba. Com isso, os envolvidos nos processos, no caso a Polícia Federal (PF) e o próprio MPF, ficam muito distantes. “Os depoimentos, por exemplo, terão todos que ser feitos por carta precatória”, explicou.

Para Suzete, outro ponto questionável é que a especialização não veio acompanhada de uma maior estrutura, tanto da vara, como dos órgãos envolvidos. “No MPF temos oito procuradores criminais em Curitiba. Eles ficarão responsáveis por todos os processos. Os procuradores do interior terão atuação limitada quando o crime foi de lavagem de dinheiro”, disse, lembrando que somente no fim do ano devem ser contratados novos procuradores, a serem aprovados em concurso.

Outra preocupação é a possível demora para o andamento dos processos. “São cerca de 1.700 inquéritos devido à centralização numa única vara”, afirmou, destacando que as outras duas varas criminais de Curitiba, dependendo da forma de redistribuição dos processos hoje na 2.ª Vara, também poderão ter a velocidade de seus trabalhos prejudicada.

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