Por iniciativa do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Ambientais da Região Metropolitana de Curitiba (Caop-RMC), ontem, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) falou dos problemas ambientais da região e propôs ações. Em reunião com representantes de organizações não governamentais (ONGs), o órgão citou três principais preocupações: ocupações irregulares, a falta de tratamento de esgoto e a questão da mineração.
De acordo com o promotor Edson Luiz Peters, um dos objetivos da reunião foi expor a proposta de criação do Parque das Várzeas do Iguaçu, como uma questão urgente. Segundo ele, a mineração é um problema que requer muita atenção.
Como pontua o promotor, na região norte (Almirante Tamandaré, Colombo e Rio Branco do Sul) o problema é em relação ao cal e calcário. Já ao sul, principalmente às margens do Rio Iguaçu, a questão é com a areia e a argila.
Como explica o representante da ONG Atmosfera, de Araucária, José Paulo Loureiro, é justamente para combater essa atividade agressiva que se pretende criar o Parque das Várzeas do Iguaçu. ?O passivo é muito grande na Alta Bacia do Iguaçu. Através do mapeamento da região podemos verificar o impacto direto dessa exploração nas várzeas?, afirma.
Segundo ele, existem várzeas de Balsa Nova até Pinhais: ?São 83 quilômetros de meandros de rios?. Porém, desses somente 35 quilômetros estão mais ou menos preservados. ?Desse montante, 25% já estão também comprometidos, mas os restantes 48 quilômetros já estão completamente prejudicados. Com a criação do parque, queremos preservar o que ainda existe?, conta Loureiro.
Ação
Segundo o promotor, foi possível fazer um diagnóstico, na reunião, dos maiores problemas ambientais. ?Com base nesse levantamento, temos um plano de atuação em quatro eixos: mineração; articulação das promotorias com órgãos ambientais; habitação (ocupação irregular); e educação ambiental?, expõe Peters.
Esse último eixo, para o promotor, é outro ponto que precisa ser colocado em prática. Ele explica que mesmo existindo a Lei 6938, que exige que a educação ambiental seja inserida em todas as escolas, isso na prática não se aplica na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). ?Concluímos, em abril, um inquérito civil público para investigar e saber o que estava sendo feito. Verificamos que são poucas as escolas que têm educação ambiental?, afirma.