A primeira manhã com o uso obrigatório dos cartões-transporte nos micro-ônibus do transporte público de Curitiba (1.º) foi bem tranquila. A campanha para alertar a população fez efeito e praticamente não houve problemas. As bancas que estão fazendo a recarga do cartão estiveram bem movimentadas, com diversos usuários procurando pelo cartão avulso.
O presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs). Roberto Gregório da Silva Junior, em entrevista para o Bom Dia Paraná, da RPCTV, disse acreditar em não ocorrer problemas porque “os motoristas foram orientados e medidas de antecipação de informações foram adotadas com a devida antecedência. Está indo tudo bem”, garante.
O motorista da linha Cajuru, que utiliza micro-ônibus, Valdenei Lemes dos Santos, disse que todos os passageiros que ele tinha pegado estavam cientes de que era necessário pagar a passagem com o cartão. “Como já estou na linha há um bom tempo, conheço os passageiros. Aqui, 100% do pessoal veio com o cartão. Eu também os alertava e brincava com eles, dizendo que não iria deixa-los entrar”, diverte-se.
Outro que não teve problemas foi o condutor da linha Santa Efigênia/Marechal Hermes, Ari Batista. Ele revela que ajudou a propagar o aviso de que a partir de hoje a linha não receberia mais dinheiro. “É um trabalho que também depende da gente também. Avisei todo mundo desta medida e não tive nenhum problema até agora”. Usuária da linha dirigida por Batista, a telefonista Zenira Aparecida Miranda confirma a história e diz ter gostado da medida. “Eu tenho o cartão de usuária há tempos e acho bem mais prático e seguro pagar a passagem deste jeito. Acredito que todos ganham, pois o motorista pode se concentrar mais no trânsito”, opina.
Bronca
As reclamações dos usuários do transporte público não são em relação a obrigatoriedade do uso do cartão, mas sim com o número de pontos de vendas de créditos e cartões avulsos. O autônomo Moisés Alves de Aquino, que utiliza os micro-ônibus e não possui o cartão usuário, alega que tentou comprar o cartão avulso, porém, na banca em que ele diz ter ido, não tinha crédito para vender. “Vou tentar pagar a passagem com dinheiro, uma vez que não encontrei um lugar para comprar o cartão e os créditos”, reclama.
O caso de Aquino foi o único em que a reportagem do Paraná Online encontrou nesta manhã. Ele conseguiu embarcar no ônibus. Porém, os motoristas receberam a orientação de dar uma “carona” até algum ponto ou terminal em que ele possa pegar outro ônibus até o seu destino e pague a passagem normalmente. Em último caso, os motoristas anotam os dados dos passageiros, como RG, CPF e telefone e liberam a catraca. Quando o usuário for comprar o cartão avulso ou recarregar o de usuário, a passagem deste dia será descontada no ato da compra.
A auxiliar de produção Sebastiana Aparecida de Siqueira e a massoterapeuta Marisa Inês Reichel, embora aprovem o uso do cartão, fizeram coro para a necessidade de ter mais locais para comprar os créditos. Siqueira conta que possui o cartão usuário, mas que precisou comprar o avulso porque aquele estava sem crédito. “A medida é boa, facilita bastante, mas é preciso ter mais locais para comprar o cartão e a passagem, pois assim a gente acaba perdendo muito tempo. Tive que ir em quatro bancas até encontrar uma que vende”, diz a auxiliar de produção. Reichel, por sua vez, conta que também precisa de mais lugares para comprar crédito e que teve um contratempo com o cartão avulso. “Comprei ontem este cartão, mas ele está bloqueado. Estou esperando o dono da banca chegar para resolver essa questão”.
Bancas cheias
| Gerson Klaina |
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| Muita gente foi até as bancas para comprar o cartão avulso. |
O movimento da bancas autorizadas a vender os cartões e os créditos foi bem cheio nesta manhã. Na banca K3, na Rua Moreira Garcez, no Centro, o atendente, que não quis se identificar, contou a procura estava bastante alta e que o proprietário do estabelecimento tinha ido até a sede da Urbs para comprar mais cartões e créditos.
A massoterapeuta Edna Souza Santos conta que fez o cartão avulso esta manhã e que não teve dificuldades em fazê-lo. “Achei rápido e prático. Mesmo com a banca cheia, não demorou muito. Mas pretendo fazer o cartão usuário mais para frente”, comenta.
O dono de uma banca situada na Praça Carlos Gomes, José Autenisio Oliveira, confirmou que a procura tem sido bastante alta e que seu comércio está cheio. “Muita gente tem vindo até aqui para adquirir o cartão e os créditos, então estamos em uma correria. Estamos também orientando as pessoas, pois muita gente ainda tem dúvida do funcionamento”, disse.
Número de cartões
De acordo com o site da Prefeitura de Curitiba, em duas semanas foram feitos, até as 17h30 de ontem (31), 17.250 cartões transporte usuário. De 1 a 12 de julho haviam sido feitos 2.976 cartões.
De janeiro a junho deste ano foram solicitados 47.925 cartões transporte usuário, uma média de 7.988 cartões por mês. O número de cartões feitos nas duas últimas semanas (17.250) é mais do que o dobro da média mensal deste ano.
