Madre Paulina, a primeira santa brasileira, ainda não possui paróquia em Curitiba que leve seu nome. Situação que o padre franciscano Cássio Vieira de Lima, da Paróquia Madalena Sofia, pretende mudar. Devoto de madre Paulina desde que ela foi beatificada, em 1991, padre Cássio revela que vai pedir ao arcebispo de Curitiba, dom Pedro Fedalto, que a próxima paróquia inaugurada na capital receba a denominação Santa Paulina. Ele não sabe, no entanto, quando isso pode acontecer.
“Depende muito da necessidade da população. Se houver poucas igrejas em um bairro, ou se elas forem muito distantes uma da outra, dificultando o acesso das pessoas, o arcebispo autoriza que se construa uma nova”, conta. A mais recente, segundo ele, foi feita há quase dois anos: a de São Grato. Ao todo, existem 152 paróquias espalhadas por Curitiba.
“Sempre fui devoto de Madre Paulina, mas como ela não era canonizada – a cerimônia no Vaticano completou um mês ontem -, não podia difundir suas virtudes entre as pessoas. Agora posso”, diz alegremente, revelando que um dos seus sonhos é ser o primeiro pároco da Igreja Santa Paulina. “É apenas uma vontade, mas não a maior. O que quero mesmo é ver uma igreja com seu nome, só isso.” O padre revela ainda ter outro objetivo: encontrar uma imagem da santa, medindo entre 1 metro e 1,20 metro, para colocá-la em um altar da Paróquia Madalena Sofia, no bairro Higienópolis. “Não encontrei ainda uma imagem bonita dela. Tenho uma pequena, mas que não é satisfatória. Talvez quem a tenha feito não possua muita técnica”, arrisca.
Apesar de sua devoção a Santa Paulina, padre Cássio não considera certo mudar o nome de sua paróquia. “Quem autoriza o nome do padroeiro é o bispo. É até possível mudar o nome, mas não é conveniente”, justifica. Entre as características que mais admira na primeira santa brasileira, padre Cássio cita a caridade com os necessitados. “Ela chegou a sair de Santa Catarina, onde morava, e foi para São Paulo, onde fundou um asilo e um orfanato para ex-escravos”, lembra.
História
Amabile Lucia Visaintainer – nome verdadeiro de Santa Paulina – nasceu em 16 de dezembro de 1865 na cidade de Vigolo Vattaro, em Trento, Norte da Itália. Mudou-se aos dez anos de idade com os irmãos e os pais para a cidade catarinense de Nova Trento, uma colônia de imigrantes italianos, onde fundou, em 1895, a congregação das Irmãs de Imaculada Conceição. Em 1903, foi viver em São Paulo, onde morreu em julho de 1942, quando começavam a falar de seus milagres.
Em 1965, a pedido da congregação da religiosa, o processo para a canonização de Madre Paulina foi iniciado. Foi beatificada em 18 de outubro de 1991, durante uma cerimônia presidida pelo papa João Paulo II em Florianópolis (SC), a religiosa brasileira, que viveu 67 de seus 76 anos no Brasil, será elevada aos altares depois de a igreja ter comprovado que fez dois milagres: o primeiro, em 1989, aconteceu quando uma mulher declarada sem chances de sobreviver a uma gravidez em Ibituba (ES) ficou curada depois de um pedaço da roupa da religiosa ter sido colocado sobre seu corpo. O segundo milagre foi no Acre, em 1991, quando uma menina nasceu com problemas cerebrais e, desenganada pelos médicos, ficou boa depois que a avó colocou uma imagem da Madre Paulina na mão dela.
