Morreu ontem em Rio Branco do Sul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o carpinteiro Lázaro Rodrigues Miranda, aos 79 anos de idade. Até aí, um fato do cotidiano, mas o curioso é preocupação que Lázaro tinha com sua morte. Vinte anos antes ele já havia comprado seu caixão. A morte do carpinteiro foi natural. “Ele tinha o terno e até o pó de café e a erva para chimarrão para o dia de seu velório”, contou um de seus onze filhos, Donizete Rodrigues Miranda.
Segundo o filho, Lázaro tinha boa saúde, mas dizia que guardava tudo aquilo para não dar trabalho na hora de sua morte. O caixão ficava num local separado da casa. “Minha mãe não achava bom, mas não falava, pois era companheira dele”, contou, lembrando que seu pai chegou a construir caixões. “Quando morávamos em Goioerê, ele fazia caixões. Naquele tempo não havia funerárias”, revelou.
O velório e o sepultamento de Lázaro foi feito pela Funerária Rio Branco, a mesma em que ele comprou o caixão. “Ele comprou do meu pai. Nossa funerária já foi de meu avô, passou para meu pai e agora eu administro”, revelou o dono da funerária de 31 anos, Adriano Santos Cavalheiro. Ele disse que, fora o caixão, todo o procedimento foi normal. “Lázaro era conhecido. Toda cidade sabia que ele guardava o caixão”, contou Cavalheiro. (Lawrence Manoel)