Uma rebelião iniciada na tarde desta quinta-feira, 9, na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), no oeste do Paraná, mantém pelo menos dois agentes penitenciários como reféns nesta sexta-feira, 10. Pelo menos um detento foi morto no motim.
Os presidiários saíram das celas, subiram no telhado e então fizeram três reféns. Um preso teria sido decapitado. Um dos agentes foi liberado às 18h, com ferimentos na cabeça, informou o Sindicato dos Agentes Penitenciários no Paraná (Sindarspen). Ele foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento na região.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que a rebelião teria sido gerada por disputa entre facções. A secretaria afirma que nem todos os setores da penitenciária foram tomados.
Segundo o Sindaspen, a falta de efetivo é o principal problema das unidades penitenciárias. Segundo o comunicado, a penitenciária de Cascavel tem cerca de mil presos para 40 agentes por plantão. “Um número de 25 presos por trabalhador, quando o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária preconiza que a proporção seja de cinco presos para cada agente”. A estimativa da instituição é de que haja déficit de 1.600 agentes penitenciários no Estado.
Outro caso
Em agosto de 2014, o mesmo presídio foi palco de uma rebelião que durou 45 horas. Na ocasião, pelo menos cinco presos foram assassinados, dois deles tendo sido decapitados. Cerca de 80% da estrutura do estabelecimento foi danificada após aquela rebelião.
Em 2016, o Brasil teve o maior número de mortes violentas de sua história: 61.619. Os dados foram revelados pelo 11º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O relatório indica que também houve piora em índices de criminalidade, roubo, furto de veículos e estupro.