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Dez detentos da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, foram aprovados em concursos vestibulares e esperam, a partir do próximo ano, poder começar a cursar uma faculdade. Cumprindo pena em regime semi-aberto, na prisão eles receberam apoio para estudar de professores contratados pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Nos momentos vagos, dedicaram grande parte do tempo aos livros e cadernos, também buscando sozinhos uma melhor formação.

O detento José Augustinho Luciano, de 45 anos, que cumpre pena há dez anos e deve permanecer na Colônia Penal por mais dois, foi aprovado em Direito na Unibrasil e passou na primeira fase do vestibular da Unversidade Federal do Paraná (UFPR), onde tenta vaga no mesmo curso. Ele se diz bastante feliz, mas também temeroso por não ter condições financeiras de arcar com as despesas de um curso superior. "A Unibrasil é particular e por isso estou tentando uma vaga do ProUni (Programa Universidade para Todos, do governo federal). Só que estou tendo dificuldades porque fiz o Enem em 2003, mas não em 2004", afirma. "Na UFPR passar é muito difícil, mas estou me preparando para a prova do próximo domingo (quando acontece a segunda fase do concurso) e não perco a esperança."

A sensação de que todas as portas tinham se fechado tomou conta do detento Wellington Francisco, de 51 anos, há oito anos, quando ele entrou para o sistema penitenciário. Neste ano, ele foi aprovado em Administração, também na Unibrasil, e sentiu que poderia ter novas oportunidades na vida. "Para passar no vestibular, foi preciso muita força de vontade. Estudar vai me possibilitar obter maior aperfeiçoamento profissional e fazer com que, futuramente, seja mais fácil garantir meu sustento e de meus familiares." Wellington também almeja uma vaga do ProUni, mas teme não conseguir por não ter realizado o Enem em 2004.

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Em Ponta Grossa, S.V.P.J., de 30 anos, aprisionado na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa e que cumpre pena em regime semi-aberto, também passou no vestibular. Ele conseguiu uma vaga em Direito no Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage). A instituição é particular, mas o detento conseguiu isenção de taxa de matrícula e desconto de 50% nas mensalidades. Os outros 50% devem ser pagos com o auxílio de um crédito educativo disponibilizado pelo próprio centro.

Direção

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O vice-diretor da Colônia Penal Agrícola, Francisco Nilo da Silva, revela que estão sendo solicitadas à Justiça autorizações para que os detentos aprovados em vestibulares possam deixar a colônia diariamente para estudar. Caso a autorização seja concedida, serão estabelecidos horários fixos para que os estudantes saiam e voltem. Para ir à faculdade, eles terão que utilizar transporte coletivo, que será pago com o dinheiro que recebem por trabalhos realizados na prisão ou ajuda de custo de familiares.