O presidente do Instituto de Proteção e Defesa dos Consumidores e Cidadãos do Brasil (IPDC), Marcos Vendramini, afirmou ontem que a entidade está sendo vítima de uma ?campanha de difamação?. Conforme O Estado divulgou ontem, o IPDC está sendo investigado pelo Procon-PR e pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor. Segundo Vendramini, a forte atuação da associação na defesa dos direitos do consumidor, principalmente no que diz respeito aos pedidos de revisão de contratos de compra e venda de lotes, geraria uma grande insatisfação e a criação de falsas acusações.
De acordo com o Procon, a maioria das pessoas que procura o IPDC é de baixa renda e poderia estar sendo induzida a erro. Algumas denúncias feitas ao órgão dão conta de que a entidade afirmaria conseguir, através de ações judiciais, reduções superiores a 50% nas prestações dos terrenos, mas que nunca teria conseguido cumprir a promessa. ?Damos todas as informações aos associados na hora em que entramos com os pedidos de revisão de contrato, inclusive informando sobre os riscos de perder as ações. Em nenhum momento garantimos nada e a questão de valores é particular de cada caso. Temos uma contadora para fazer a análise de cada associado?, diz o presidente.
Porém ele não soube quantificar quantas ações desse tipo o IPDC ingressou na Justiça, e admitiu que a associação nunca conseguiu ganhar nenhuma delas desde que foi criada, em 1998. Vendramini admitiu que 90% das pessoas que os procuram só o fazem quando já estão inadimplentes.
De acordo com o coordenador estadual do Procon, Algaci Túlio, a abertura do procedimento contra o IPDC resultou da análise de vários documentos encaminhados pelo Ministério Público, e da constatação de falsa informação, divulgada pelo IPDC aos consumidores, sobre uma parceria com o Procon. Acrescenta ainda que o IPDC apresenta-se como uma associação sem fins lucrativos, dado que consta inclusive do estatuto da entidade. ?Não somos atrelados a ninguém e realmente não temos fim lucrativo. Tudo o que arrecadamos dos associados é para a manutenção da entidade?, defende-se Vendramini. Segundo ele, a mensalidade é de R$ 14, paga a cada seis meses.