A preocupação sobre escassez da água, num futuro próximo, motivou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a utilizar esse tema na Campanha da Fraternidade de 2004. Os objetivos principais são conscientizar a população sobe o uso da água e evitar a privatização das empresas de abastecimento. A campanha começa na quarta-feira de cinzas e termina no domingo de Páscoa.

Jelson Oliveira, um dos organizadores da campanha, revela que a intenção da igreja é envolver toda a sociedade nessa discussão. Ele lembra que a Organização das Nações Unidas prevê que, 40% da população mundial não terá acesso à água em 2025. ?Precisamos criar um novo olhar sobre esse assunto?, incentiva.
As frentes de trabalho abrangem principalmente comunidades carentes, levando orientações sobre a origem da água e como ela deve ser consumida e tratada. ?Muita gente não tem idéia de onde ela vem. Acham que é só abrir a torneira?, explica.

Oliveira comenta que o objetivo também é evitar as privatizações nesse setor. De acordo com ele, a Lei 9433/97 classifica a água como bem público, o que permite a exploração à qualquer pessoa. ?Isso resultará na sua mercantilização?, acredita. Os voluntários da frente de trabalho, também vão colher assinaturas para tentar alterar a legislação. O organizador defende a determinação de bem da União, como estava descrito na Constituição de 1988. ?A água não pode ser reduzida a um valor econômico, acima de valores culturais e religiosos?, afirma. Na opinião de Oliveira, a responsabilidade de abastecimento deve continuar sendo do governo.

A Campanha da Fraternidade vai aproveitar o ano eleitoral para cobrar políticas de lixo e saneamento das autoridades. Isso porque a maioria das doenças tem origem na água contaminada pelo esgoto sem tratamento.

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