Se a situação do abastecimento de água já está crítica devido à estiagem e algumas medidas de combate à poluição não estivessem sendo tomadas, há alguns anos o panorama poderia estar insustentável. A questão da qualidade da água está diretamente ligada à quantidade que poderá ser utilizada pela população. Isso porque em alguns casos, nem mesmo a passagem dela pelas estações de tratamento conseguem deixá-la própria para o consumo. É o caso das águas de rios como Palmital, Atuba e Iguaçu, cujo índice de poluição é crítico.
O abastecimento de água de Curitiba e Região Metropolitana (RMC) é feito por meio dos mananciais da região leste, cujo sistema concentra sete rios, dos quais os mais importantes são o Pequeno, o Piraquara e o Iraí. Completando o sistema, há no complexo duas estações de tratamento e duas represas: Piraquara I e Iraí. Uma terceira -Piraquara II – está em fase de construção. O conjunto corresponde a 75% do abastecimento de Curitiba. O restante é proveniente da região oeste, onde fica o sistema Passaúna, que possui uma represa e uma estação de tratamento. A condição dos rios que abastecem Curitiba e RMC, de um modo geral, são consideráveis razoáveis no quesito poluição.
A diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, conta que há quatro anos, foi implantada uma política específica de combate a poluição, com a criação de grupos gestores. "No caso da represa do Iraí, se não tivéssemos intervindo, com a baixa do nível de água, hoje só teríamos um suco de algas", diz.
O trabalho de combate à poluição consiste numa grande rede. A principal ramificação é o a implantação de saneamento básico nas proximidades dos mananciais. "Nós conseguimos canalizar o esgoto da penitenciária de Piraquara, que ia direto para o manancial, e agora trabalhamos para resolver o problema na região do Guarituba e da Vila Zumbi, em Piraquara", diz. Especialmente nas comunidades carentes, como é o caso das duas citadas, o grande problema é impedir que os esgotos sejam lançados sem qualquer tratamento nos rios, o que dificulta o processo de tratamento posteriormente.
Para os trabalhos de gestão dos mananciais, a Sanepar vem contanto com o apoio de empresas e também com a escola de cadetes do Guatupê. "Em parceria, fazemos um trabalho educacional com a população, deixando claro que a preservação e manutenção dos mananciais é fundamental para a garantia do abastecimento, independente da época do ano", conclui.
