A renovação da frota do transporte coletivo de Curitiba – com a substituição de 293 ônibus até o fim deste ano – vai gerar uma redução na emissão de poluentes de quase 85 toneladas por mês. Isso porque os veículos que vão sair de circulação têm motores com tecnologia Euro 1, sem injeção eletrônica, o que impede a queima ideal do combustível. Os novos ônibus, com motores Euro 3, fazem a queima quase completa do diesel e reduzem à metade a sobra do material tóxico que sai dos motores na forma de fumaça e fuligem.
Somados aos 489 veículos já substituídos em 2006 e 2007, a renovação da frota de ônibus da cidade chegará à marca de 42% da frota operante da cidade, com 782 novos ônibus. "Oferecer mais conforto aos passageiros é nosso desafio permanente. Temos feito grandes esforços para, ao mesmo tempo, manter a tarifa entre as mais baratas do Brasil, melhorar a qualidade do serviço de transporte e ter ônibus menos poluentes", afirma o prefeito Beto Richa.
Os cálculos são feitos com base na média de emissões da frota do transporte coletivo. Cada ônibus passa, no mínimo, por dois testes anuais, feitas pela área de vistoria da Urbanização de Curitiba S.A. (URBS), empresa municipal que gerencia o transporte público da cidade. Também são feitas vistorias extraordinárias quando a Prefeitura de Curitiba recebe reclamações por meio da central telefônica 156.
A equipe da URBS faz testes em cada veículo usando um opacímetro, equipamento digital que recolhe a fumaça do motor pelo cano de escape, e analisa a quantidade de material emitido em cada veículo. Comparando a média de emissões dos motores do tipo Euro 1 e Euro 3, conclui-se que haverá uma redução de 31 toneladas/mês de monóxido de carbono, 45 toneladas/mês de óxido de nitrogênio, seis toneladas/mês de hidrocarbonetos e três toneladas/mês de material particulado (fuligem). "As pessoas nem imaginam que a poluição tem peso, porque os gases tóxicos ficam espalhados pelo ar", afirma o gestor de vistoria da URBS, Élcio Karas.
Zero quilômetro
No total, há 1.860 ônibus que circulam pelos 14 municípios da Rede Integrada de Transporte, coordenada pela Prefeitura de Curitiba e Urbanização de Curitiba S.A. (URBS). A compra é feita pelas operadoras privadas das linhas, mas as empresas são remuneradas para isso com recursos da tarifa do transporte coletivo. A Prefeitura de Curitiba e a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS) fazem o planejamento e o cronograma da renovação da frota, que ficou suspensa durante os anos de 2003 e 2005. Foi por determinação do prefeito Beto Richa que os ônibus antigos voltaram a ser substituídos por veículos novos mais seguros, menos poluentes e com acessibilidade total para pessoas com necessidades especiais.
Entre os novos veículos, estarão os 18 carros articulados da Linha Verde, que começarão a circular no segundo semestre, ligando o terminal do Pinheirinho ao Centro. Haverá 12 ônibus especiais, com motores fabricados para uso de combustível ecológico, que serão abastecidos com biodiesel de origem 100% vegetal. O reaproveitamento do óleo de cozinha, coletado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, é uma das possibilidades em estudo. A URBS ainda não determinou quais espécies de óleo vegetal serão usadas nos ônibus porque ainda está discutindo parcerias com fornecedores que possam garantir a oferta necessária, em quantidade, qualidade e custo razoável.
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