Famílias do bairro Jardim Gabineto, na Cidade Industrial de Curitiba, que invadiram uma área na região durante a noite do feriado de 1.º de maio reclamam, que foram agredidas pela Guarda Municipal, enquanto eram retiradas. Até mulheres e crianças teriam sido atingidas. A assessoria de imprensa da Prefeitura, porém, nega que houve violência.
As cerca de vinte famílias resolveram invadir a área porque estão passando por dificuldades e não têm condições de pagar aluguel. Dizem que o local que pertence à Prefeitura está servindo apenas como depósito de lixo. Os invasores contam que por volta das 11h30 de ontem, quando estavam instalados nas barracas, a Guarda Municipal chegou com as luzes dos carros apagadas, fazendo barulho. Rosa Santana, 27 anos, grávida, diz que enquanto se abaixava para pegar alguns objetos, levou um chute na mão e foi atingida por um cacetete no braço e no peito. “Sorte que eles não bateram na minha barriga”, comenta. Rosa diz que ela e o marido estão desempregados e o aluguel de R$ 150 já venceu. “Precisamos de um lugar para morar”, afirma.
Outra que está passando por dificuldades é Telma Aparecida de Lima, 24 anos. Ela tem três filhos e mora na casa de parentes. “Não tenho nem dinheiro para comprar leite para eles”, diz. Ademir Rodrigues dos Santos, 22 anos, comenta que a situação em sua casa também está difícil. O pai trabalha como vigia e não consegue pagar o aluguel e outras contas. Ele está desempregado e os irmãos são pequenos para trabalhar.
Um adolescente de 17 anos exibia no rosto um ferimento que, segundo ele, foi causado pelos guardas municipais. Ele comenta que crianças também teriam sido agredidas. Na tarde de ontem, eles estavam reunidos no local e prometiam tentar mais uma vez invadir a área.
Confirmação
A assessoria de imprensa da Prefeitura confirmou que a área pertence ao município. Na fila da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab) há 53 mil pessoas cadastradas. Estão sendo criados 10 mil lotes para serem entregues à medida que ficarem prontos.
