Como todo grande centro urbano, Curitiba a cada dia sofre mais com problemas de tráfego, especialmente no perímetro urbano. O aumento anual da frota em 6%, segundo dados do Detran-PR, contribui também para o aumento considerável da poluição do ar. Ciente do problema, a Prefeitura Municipal de Curitiba está envolvida em uma série de projetos viários, cujos estudos têm por objetivo desafogar o trânsito no anel central e otimizar a circulação de veículos na capital.
"Estamos desenvolvendo projetos que vão protelar por muito tempo essa idéia de pedágio urbano que está prestes a virar lei. Temos outros meios possíveis de resolver o problema", diz o diretor do sistema viário do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), José Álvaro Twardowski, que também coordena o programa CirculAção.
O programa desenvolvido no Ippuc trabalha em várias frentes e prevê melhorias não só na circulação de veículos, como também de pedestres. "Nossa intenção é concluí-lo em três anos ou, ao menos, a parte referente às mudanças do sistema viário", diz.
O carro-chefe das obras é o anel viário, que promete desviar o trânsito do eixo central da cidade para vias binárias que circundam o centro, com obras de alargamento estrutural das vias e otimização dos semáforos ao longo de 24 km. O veículo terá que percorrer um caminho maior, mais será um percurso mais rápido e econômico. Aliás, a melhoria dos sistema de controle dos semáforos é um ponto que está recebendo muita atenção. "O sistema de controle está ultrapassado. Dos 900 semáforos da cidade, ao menos 500 precisam ser modernizados", diz o engenheiro. Para a obra do anel viário, que será realizada com recurso do Estado, estão previstos R$ 14 milhões, e inclui toda a obra estrutural e controle de semáforos. Tão logo o projeto seja concluído – a previsão é de que isso ocorra até meados do próximo ano, será iniciado outro projeto, o anel viário 2, que atingirá 45 km de ruas.
Paralelo aos anéis, estão sendo desenvolvidos projetos de ligações urbanas entre os bairros, com projeção de abertura de trechos de vias, e ampliação da sinalização na cidade.
Eixo Metropolitano
Como herança da gestão anterior, a Prefeitura vai dar continuidade ao projeto do Eixo Metropolitano, que transforma parte da BR-116 em via urbana, com canaletas de transporte coletivo que servirão a Região Metropolitana. Ontem, o prefeito Beto Richa revogou a licitação, para posterior início das obras. "É uma outra opção para desafogar o trânsito no eixo central", conclui Twardowski.